O Bahia entra em 2023 em uma nova era, e cercado de expectativa. Agora parte do grupo City, que tem o Manchester City como principal clube, o Tricolor vem recebendo investimentos fora da curva para a sua história, e com um perfil “para exportação”.
A reformulação para 2023 terá como líder o português Renato Paiva. Conhecido por seu trabalho de sucesso com jovens no Benfica, o treinador foi contratado justamente por ter o perfil pretendido nesta nova fase do Bahia. Jovens promessas que antes procuravam vitrine em outros lados começam agora a ver no clube baiano um projeto interessante. Para o grupo City, o futebol brasileiro é ao mesmo tempo responsável por um torneio competitivo útil para dar experiência a suas promessas como um celeiro de atletas promissores.
Provavelmente o motivo maior para a ansiedade dos torcedores tricolores: ver uma juventude talentosa em ação. Muito antes de investir no Bahia, o grupo City já tinha uma política de contratar jovens talentos do Brasil e da América do Sul antes deles se estabilizarem como profissionais. Em parte, um esforço para encontrar talentos capazes de serem úteis para o Manchester City, mas também para criar um mercado de atletas promissores com o selo do grupo para capitalizar no mercado. Muitos deles agora vão passar pelo Esquadrão de Aço.
Seis reforços para 2023 tem 23 anos ou menos. Jhoanner Chavez (20 anos), Biel (21), Nicolás Acevedo (23) e Raul Gustavo (23), além de Diego Rosa (20) e Kayky (19), estes dois últimos ainda não confirmados oficialmente, mas apenas dependentes de trâmites burocráticos para isso.
O equatoriano Jhoanner Chavez e o uruguaio Nicolás Acevedo são o perfil típico de promessas sul-americanas cooptadas pelo grupo City. lateral esquerdo, Chavez era destaque no Independiente del Valle, com passagens pela seleção equatoriana desde a base. Mesmo com propostas da Europa, preferiu o Bahia por conta da visibilidade do novo projeto. O volante Acevedo já era parte do grupo desde 2020, quando foi contratado pelo New York City FC, onde foi campeão da MLS.
O ponta Biel, ex-Fluminense e Grêmio, e o zagueiro Raul Gustavo, ex-Corinthians, têm experiência em alto nível, apesar de ainda jovens. O primeiro chegou a ser titular no Flu em 2021 e realizou 33 jogos emprestado aos gaúchos em 2022 antes de ser contratado pelo Bahia. Já o ex-Timão fez 33 jogos em 2022 e foi titular por parte da temporada.
Destes jovens, no entanto, Kayky e Diego Rosa são os que provavelmente criam mais expectativas para o futuro, embora ainda deixem dúvidas sobre se estão prontos para brilhar em alto nível. Cria do Fluminense, Kayky era tratado como grande promessa da base do clube, apelidado de “Neymar canhoto”. Já o meia Diego Rosa foi contratado antes mesmo de estrear como profissional. Ambos com promessas de serem integrados no Manchester, em negociações que, com bônus futuros, poderiam ultrapassar os 20 milhões de euros.
Kayky ainda brilhou na base do Manchester e fez dois jogos pelo time principal. Mas a concorrência era forte e o jogador não estava pronto, seguindo para uma estranha e frustrante experiência no Paços Ferreira, de Portugal. Diego Rosa sequer foi para o City – passou pelo modesto Lommel, da segunda divisão da Bélgica, e depois pelo Vizela, também de Portugal. Ambos tentam engrenar na carreira agora no Bahia.
O Bahia sabe que precisará de nomes experientes para dar equilíbrio ao grupo de jovens na Série A. Nesse ponto, no entanto, o clube ainda parece ter alguma dificuldade no mercado. Entre os atletas que devem ser titulares e que já estavam no grupo, apenas Ricardo Goulart tem mais de 30 anos.
O atleta mais experiente na leva de contratações atuais é o centroavante Everaldo. O atacante teve destaque em 2019 com seus 19 gols pela Chapecoense e seguiu para o Kashima Antlers, do Japão. Hoje retorna ao futebol brasileiro com 31 anos.
Outros três reforços para 2023 tem um perfil um pouco mais experiente, embora ainda caminhando para o auge das suas carreiras. O goleiro Marcos Felipe chegou a ser titular absoluto do Fluminense antes da chegada de Fábio e, com 26 anos, pode ser útil no posto. Vindo também do Flu, o zagueiro David Duarte teve maior destaque com o Goiás e tem 27 anos. Por fim, o também defensor Kanu foi titular no Botafogo nos últimos anos e tem 25 anos.
Como natural de um time que sobe da Série B, o Bahia teve de fazer uma reformulação no elenco. A maior parte dos nomes, no entanto, não deve deixar muitas saudades. Muitos deles a diretoria entendia que não teriam como se firmar na elite nacional.
Entre os principais nomes que deixaram o elenco e foram importantes na campanha de retorno à elite estão os zagueiros Ignácio e Luiz Otávio, o meia Patrick de Lucca e o atacante Davó. Todos, no entanto, com substitutos já encontrados no mercado.
Fonte: Ogol
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