Algumas estrelas liberam tanta energia, que são capazes explodir a atmosfera de planetas que as orbitam. E isso muitas vezes acontece antes mesmo que qualquer tipo de vida possa ter a chance de se firmar. Um novo estudo observou um aglomerado estelar que pode trazer luz sobre como se dá esse processo de destruição.

Aglomerado de estrelas NGC 3293. (Crédito da imagem: NASA/CXC/Penn State Univ./K. Getman et al.; Infravermelho: ESA/NASA JPL-Caltech/Herschel Space Observatory/JPL/IPAC; NASA JPL-Caltech/SSC/Spitzer Space Telescope; Óptico: MPG/ESO/G. Beccari)
Uma imagem do Telescópio Espacial Hubble do aglomerado estelar NGC 3293 sobreposta por dados do Observatório de Raios-X Chandra em pontos magenta marcando fontes brilhantes de raios-X. Créditos: NASA/CXC/Penn State Univ./K. Getman et al.; Infravermelho: ESA/NASA JPL-Caltech/Herschel Space Observatory/JPL/IPAC; Telescópio Espacial JPL-Caltech/SSC/Spitzer da NASA; Óptica: MPG/ESO/G. Beccari

A pesquisa, publicada noThe Astrophysical Journal, analisou um grupo de cerca de 6 mil estrelas jovens que se formaram na mesma época, entre 7 milhões e 25 milhões de anos atrás. Eles investigaram como o campo magnético dessas estrelas jovens pode afetar a formação de planetas a partir de seu disco protoplanetário.

Para realizar o estudo, os pesquisadores usaram o Observatório de raios-X Chandra, um telescópio espacial lançado pela NASA em 1999. As estrelas contidas em cerca de doze aglomerados emitem uma grande taxa de raios-X, que são consequência dos campos magnéticos estelares. 

Magnetismo e formação planetária

A emissão de raios-X está diretamente ligada a estrelas que são magneticamente mais ativas. Conforme o nível dessas radiações eletromagnéticas emitido por elas, os cientistas podem identificar um brilho constante nos primeiros anos de vida estelar.

O brilho constante é seguido por um declínio do magnetismo que ocorre entre 7 e 25 milhões de anos, que varia de acordo com a massa do astro. Quanto mais pesado o corpo, mais rápida é a queda da atividade magnética.

Em um dos aglomerados estudados, o NGC 3293, as jovens estrelas já existem há tempo suficiente para que o campo magnético diminua ou, como acontece em estrelas muito grandes, deixe de existir. 

O estudo descobriu que as altas emissões de raio-X e raios ultravioletas dessas estrelas provavelmente extinguiram os gases e poeira de seus discos de acreção em um período de tempo muito rápido.

Isso, além de inibir a formação planetária, faz com que os planetas que consigam se formar corram grande risco de ver suas atmosferas ricas em hidrogênio sendo removidas em alguns milhões de anos. A única alternativa para esses planetas seria criar uma resposta à atividade magnética estelar, com outro campo magnético tão forte capaz de manter sua atmosfera segura.

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