* Por Luiz Capelati
Qual é a empresa que não deseja expandir seus negócios e aumentar suas receitas de forma rápida, criativa e pouco custosa, retendo e fidelizando clientes numa curva ascendente de sólido crescimento? Imagine atrelar esse crescimento a experiências contínuas, sempre envolvendo estratégias de marketing capazes de explorar possíveis brechas de expansão com base em dados e engenharia de software.
Estamos falando do conceito de growth hacking, expressão cunhada há mais de uma década no ambiente do marketing digital por um empreendedor do Vale do Silício – Sean Ellis – ao criar a metodologia que identifica, por meio de dados, oportunidades e maneiras mais eficazes para promover um rápido crescimento das empresas. Essa metodologia também se caracteriza por processos de experimentação rápida e por táticas de baixo orçamento.
No mundo das startups, a prática de growth hacking já se tornou uma constante entre equipes formadas com o objetivo de testar estratégias de crescimento. Já no mundo corporativo, essa mentalidade passou a ganhar corpo com as mudanças causadas pela pandemia de covid-19: apesar do cenário de insegurança, surgiram novas oportunidades para gestores que arriscam inovar e pensar diferente.
Não importa a área de atuação ou dimensão da sua empresa. No mundo corporativo pós-pandêmico, o novo cenário demanda crescimento por meio de ações e estratégias de curto prazo – cujos resultados possam impactar e acelerar a evolução desse crescimento, otimizando seus processos e atingindo metas escaláveis e sustentáveis no longo prazo.
No contexto atual, marcado pela transformação digital e por decisões que se baseiam em torno de dados e estatísticas, as empresas que desejam crescer precisam de consultoria, de treinamento, de supervisão e de suporte. Nesse sentido, o growth hacking pode fornecer os recursos e o conhecimento necessários para essa transformação. É essencial o entendimento de que a interação entre as pessoas mudou – e essa mudança impacta diretamente o mundo corporativo bem como os caminhos que levam à expansão dos negócios.
O growth hacker deve ter um pensamento analítico e estratégico, cujo foco vá além das vendas e do faturamento. É preciso ter muito claras as metas da empresa e conhecer seus objetivos de expansão para poder solucionar os pontos frágeis que forem identificados após análise dos indicadores de performance – como informações de tráfego, leads e vendas, por exemplo. A experiência do usuário, cliente ou consumidor é de suma importância.
Uma equipe de growth deve primar pela criatividade de seus integrantes; o trabalho deve ser conduzido com agilidade, capacidade de observação e de análise, uma vez que a busca por oportunidades de crescimento será a missão de todos. Além disso, é preciso sempre testar e comprovar todas as interpretações de dados obtidos, pois eles se renovam e oferecem mais perspectivas. É onde entra a inteligência artificial. Nas startups que oferecem tal tecnologia, é visivelmente marcante a relevância dessas ferramentas que transformam dados em informações valiosas para soluções inovadoras dentro das corporações. São soluções que facilitam a tomada de decisões, pois conferem uma ampla visão do negócio e do mercado no qual ele está inserido, otimizando processos e acelerando a evolução dos resultados.
Podemos identificar a atuação do growth marketing nas mudanças que comumente observamos em redes sociais, sites, landing pages, plataformas de streaming etc.; são novos aspectos e/ou funcionalidades que vão sendo testados e incorporados ao ambiente digital com a finalidade de proporcionar a melhor experiência para o consumidor ou usuário. Esses experimentos melhoram os índices de retenção dos clientes, diminuindo seus custos de marketing. Afinal, diante da concorrência que também se reinventa, manter um cliente satisfeito torna-se um ótimo negócio, pois a sua avaliação positiva trará novos clientes a partir da recomendação. E o growth é a maneira de estar atento ao mercado, observando como ele se comporta, reconhecendo tendências e detectando onde é possível fazer igual ou melhor.
As melhores empresas serão aquelas em que a experiência pós-venda seja a melhor possível para os clientes e o feedback será o norte para todo esforço de growth hacking.
Portanto, o principal objetivo do growth em qualquer corporação é acelerar o seu processo de crescimento por meio de ações e estratégias que apostem em experimentação e tecnologia. Aquisições, aumento de receitas e retenção de clientes (satisfeitos) virão com a consequente otimização de processos após cumpridas etapas de monitoramento, mensuração de dados e cruzamento de informações capazes de obter inteligência acionável para gerar e direcionar estratégias efetivas de crescimento.
Tais estratégias podem e devem ser pensadas para traçar um equilíbrio entre lucratividade e sustentabilidade, acompanhando as tendências do atual contexto mercadológico e aproximando pessoas, dentro e fora do mundo corporativo.
* Luiz Capelati é Growth da 4intelligence
Imagem: Lemonsoup14 (Shutterstock)
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Fonte: Olhar Digital
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