A rivalidade entre Chelsea e Fulham está longe de ser das mais importantes da Inglaterra, muito por conta da falta de embate entre os clubes ao longo dos anos e também da óbvia disparidade técnica e vencedora dos Blues. O dérbi, porém, tem um capítulo inusitado para os padrões dos rivais: o Fulham, na frente da tabela, busca seu melhor primeiro turno na história da Premier League; o Chelsea tenta não repetir um dos piores.
Com 28 pontos em 18 jogos até aqui, o Fulham já igualou, com duas rodadas de antecedência, seu melhor desempenho no primeiro turno da disputa. Na temporada 2003/04, o clube alcançou a mesma pontuação e fechou a primeira metade do campeonato na sexta posição. Nesta quinta-feira, em jogo atrasado da 7ª rodada diante do Chelsea, o Fulham precisa apenas de um empate para conseguir superar esta marca. Um ponto também seria o suficiente para entrar na zona de classificação para a Liga Europa, ultrapassando o Liverpool.
Mesmo que some pontos nesta quinta-feira, porém, é improvável que o Fulham sustente a sexta posição. O clube será o primeiro a “fechar o turno” da Premier League, ou seja, a alcançar 19 dos 38 jogos que fazem parte do pacote. Independente disso, a marca é de grande relevância em Craven Cottage, afinal o clube está mais acostumado à gangorra entre quedas e acessos do que a metade de cima da tabela.
Enquanto o Fulham entra em campo leve nesta quinta, o Chelsea entra com grande peso e responsabilidade. O clube soma 25 pontos no momento. Na melhor das hipóteses, o resultado só não será pior do que em quatro das 31 temporadas que leva na Premier League.
A pior campanha do Chelsea em um primeiro turno foi em 1993/94, apenas a segunda temporada da Premier League – recorde-se que, antes de 1992/93, o Campeonato Inglês era chamado de Division I e passou por um processo de reformulação importante. Lá, em 1993/94, o Chelsea acabou o primeiro turno como lanterna, em 20º lugar e apenas 14 pontos em 19 rodadas, mas conseguiu se recuperar na segunda metade do campeonato e terminou a disputa em 14º.
Na história recente, o Chelsea tem ainda duas temporadas ruins. Em 2015/16, ano improvável título do Leicester, o Chelsea somou apenas 20 pontos no primeiro turno e não conseguiu se recuperar depois, acabando fora da disputa da Liga dos Campeões. Já em 2020/21, a situação também não era muito diferente da atual, e acabou com 29 pontos nos 19 primeiros jogos – o desempenho ainda pode ser superado, mas passa por somar pontos diante do Fulham, em Craven Cottage.
Desde que reivindicou seu título de integrante do Big Six da Inglaterra, o Chelsea se tornou um clube órfão de rivais em Londres. Apesar de ser, inegavelmente, a equipe de Londres mais vencedora neste século, Arsenal e Tottenham já nutriam uma rivalidade muito acirrada ao longo das décadas passadas, pelo aspecto regional do norte londrino, e que permanece até hoje. Por mais que as vitórias dos Blues incomodem e, assim, o transformem em um rival de grande importância, nada se compara ao que é o North London Derby.
No caso do “West London Derby”, a expressão é válida para explicar não apenas uma rivalidade, mas seis. A região oeste da capital inglesa conta com quatro clubes de maior relevância: Chelsea, Fulham, QPR e Brentford, todos com diferentes níveis de rivalidade entre eles.
Historicamente, o dérbi entre Chelsea e Fulham poderia ser considerado o mais importante de West London, ao lado de Fulham x QPR. O problema para o Chelsea, ironicamente, é que o clube se tornou muito maior do que os rivais e, com isso, passou a sequer enfrentá-los. Enquanto o Chelsea disputou todas as 31 temporadas da Premier League, o Fulham, por exemplo, só esteve presente em 16, o que resultou ao longo dos anos em poucos confrontos entre as equipes.
Chelsea e Fulham chegaram a ficar quatro anos sem se enfrentarem, entre 2014 e 2018, em razão do rebaixamento dos Cottagers e tentativas falhadas de acesso. Mais do que quatro anos sem se enfrentarem é a sequência sem vitórias do Fulham: a última contra o rival foi em 2006, há 21 jogos. Dado o contexto, não há rivalidade que perdure.
Fonte: Ogol
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