Um segundo exoplaneta do tamanho da Terra foi descoberto dentro da zona habitável de uma estrela próxima pelo TESS (sigla em inglês para Satélite de Pesquisa de Exoplanetas em Trânsito), o caçador de mundos alienígenas da NASA.
Denominado TOI 700 e, ele é um dos quatro exoplanetas conhecidos que orbitam uma estrela fria a cerca de apenas 100 anos-luz de distância daqui.
De acordo com o site The Verge, já se sabia que esse sistema continha um planeta em sua zona habitável, chamado TOI 700 d, mas um estudo recente, hospedado no servidor de pré-impressão arXiv e aceito para publicação Astrophysical Journal Letters, revela que ele é acompanhado por outro mundo dentro de sua órbita.
Os outros dois planetas do sistema, TOI 700 b e TOI 700 c, orbitam mais perto da estrela e, como tal, provavelmente terão temperaturas extremamente altas, o que os tira da zona habitável da estrela.
O que é a zona habitável de uma estrela
TOI 700 e “está aninhado entre os companheiros c e d, então sinto muito que eles não estejam em ordem alfabética”, brincou uma das au, Emily Gilbert, do Laboratório de Propulsão a Jato (JPL) da NASA, em uma entrevista coletiva na reunião de terça-feira (10) da Sociedade Astronômica Americana.
Ela explica que os planetas recebem letras de acordo com sua data de descoberta, em vez de sua posição dentro de um sistema, de modo que pode haver casos, como este, em que mundos em órbita mais próximas são descobertos mais tarde do que os mais distantes.
Enquanto o planeta recém-descoberto está em uma área definida como “zona habitável otimista”, o planeta encontrado antes, TOI 700 d, está dentro de uma área chamada “zona habitável conservadora”.
A definição para zona habitável é uma área em torno de uma estrela hospedeira onde as temperaturas são tais que a água líquida poderia existir na superfície de um planeta. No entanto, essa definição é mais complexa de aplicar na prática do que pode parecer – por isso são usados os termos “otimista” e “conservador”.
É chamada de zona habitável otimista a área onde poderia ter havido água líquida presente em algum momento da história de um planeta. Por sua vez, a zona habitável conservadora é uma área menor dentro daquela em que os planetas se manteriam habitáveis.
Elas são diferentes por causa das temperaturas das superfícies planetárias – o que define se a água poderia existir na forma líquida – e podem variar amplamente com base em fatores como a espessura e a composição da atmosfera de um planeta ao longo do tempo.
“Essa expansão da zona habitável tradicional é para explicar o fato de que acreditamos que Marte e Vênus já tiveram água líquida em suas superfícies”, disse Emily, referindo-se à evidência de que havia água em ambos os planetas bilhões de anos atrás.
Estudar planetas dentro dessa zona otimista amplia o número de mundos potencialmente habitáveis que os astrônomos poderiam usar para entender a história do nosso próprio Sistema Solar.
Poucos sistemas abrigam exoplanetas do tamanho da Terra na zona habitável
Com a nova descoberta, agora os quatro planetas dentro do sistema TOI 700 podem ser comparados entre si. “Sabemos que esses planetas se formaram sob as mesmas condições iniciais – eles se formaram em torno da mesma estrela, a partir do mesmo disco. Então, isso nos permite estudar como diferentes características do planeta podem afetar a habitabilidade”, disse Emily, “incluindo características como o tamanho do planeta ou os limites da zona habitável”.
Esse sistema é um dos poucos que conhecemos a hospedar planetas do tamanho da Terra dentro de sua zona habitável, juntando-se a grupos famosos como o sistema TRAPPIST.
A publicação da descoberta veio um dia antes do anúncio do LHS 475 b, um mundo rochoso do tamanho da Terra que se tornou o primeiro exoplaneta descoberto pelo Telescópio Espacial James Webb (JWST).
A equipe de pesquisa do TESS diz que continuará com os estudos de acompanhamento do sistema TOI 700 para aprender mais sobre seus exoplanetas.
Fonte: Olhar Digital
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