Uma equipe multidisciplinar de pesquisadores do Centro Médico da Universidade de Vanderbilt, nos Estados Unidos, pode ter descoberto um novo tratamento para lúpus eritematoso sistêmico (LES), a forma mais comum da doença autoimune.
Em resumo, eles constataram que o bloqueio de um receptor de absorção de ferro reduziu os sintomas da doença e promoveu a atividade das células T em uma pesquisa com camundongos com LES. As descobertas foram publicadas em 13 de janeiro na revista Science Immunology.
O que é lúpus?
Lúpus é uma doença autoimune, isto é, quando o sistema imunológico ataca os próprios tecidos saudáveis de uma pessoa, causando dor, inflamação e dano tecidual. Geralmente, lúpus afeta mais a pele, articulações, cérebro, pulmões, rins e vasos sanguíneos.
De acordo com a Fundação Americana de Lúpus, cerca de 1,5 milhão de norte-americanos e 5 milhões de pessoas em todo o mundo tem alguma forma de lúpus.
Tratamentos
Atualmente, os tratamentos para o lúpus visam controlar os sintomas, reduzir o ataque do sistema imunológico aos tecidos e proteger os órgãos contra danos.
Apesar da quantidade de pessoas com a doença nos Estados Unidos, existe apenas um agente biológico direcionado para o tratamento: o belimumabe, aprovado em 2011.
De acordo com Jeffrey Rathmell, um dos autores do estudo, tem sido desafiador criar tratamentos para a doença. “A população de pacientes e a doença são heterogêneas, o que dificulta o desenho e a condução de ensaios clínicos.”, explicou.
Como foi feito o estudo?
Kelsey Voss e seus colegas iniciaram a pesquisa sabendo que o ferro parecia ser um “denominador comum em muitos dos problemas nas células T”. Assim, a primeira etapa do estudo foi usar uma tela de edição do genoma CRISPR para avaliar os genes de manipulação de ferro nas células T.
Com isso, identificou-se que o receptor de transferrina, que importa ferro para as células, como crítico para as células T inflamatórias e inibitório para as células T reguladoras anti-inflamatórias.
A partir disso, os pesquisadores descobriram que o receptor de transferrina era mais expresso em células T de camundongos propensos ao LES e células T de pacientes com LES, o que fazia com que as células acumulassem muito ferro. Isso ajudava a explicar por que os pacientes com lúpus, frequentemente, são anêmicos, embora as células T deles tenham altos níveis de ferro.
Então, eles usaram um anticorpo para bloquear o receptor de transferrina. Assim, eles observaram uma redução nos níveis intracelulares de ferro, o que inibiu a atividade inflamatória das células T e aumentou a atividade regulatória das células T.
Por fim, o tratamento de camundongos propensos ao LES com o anticorpo reduziu a patologia renal e hepática e aumentou a produção do fator anti-inflamatório IL-10.
Com informações de Medical Xpress.
Fonte: Olhar Digital
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