Argentina entra em conflito com FMI e diz que efeitos da guerra devem ser compensados em dívida

O presidente da Argentina, Alberto Fernandez (C), gesticula ao sair no final da cúpula de chefes de estado do Mercosul

Ministro da Economia atribui os atuais problemas de endividamento ao empréstimo contraído com o FMI pelo governo anterior

O ministro da Economia da Argentina, Sergio Massa, considerou que o Fundo Monetário Internacional (FMI) está quebrando o compromisso de revisar os custos da guerra na Ucrânia para o país sul-americano. “A Argentina cumpriu com seu programa, mas o Fundo Monetário não está cumprindo com a Argentina a revisão de como vai compensar os países que pagaram o custo da guerra com sua economia. É um problema a ser resolvido”, disse Massa, em entrevista ao portal Infobae. Em 2022, o governo de Alberto Fernández renegociou o crédito de US$ 44 bilhões com o FMI que a Argentina havia contraído durante a presidência de Mauricio Macri, em 2018. Durante a cúpula do Grupo dos 20 (G20), em novembro, em Bali (Indonésia), Fernández discutiu com a diretora-geral do FMI, Kristalina Georgieva, “o negativo da guerra para o mundo inteiro” e seu impacto específico nos países emergentes.

Georgieva recomendou então que o governo “mantivesse o rumo” que havia adotado nos últimos meses desde o início da gestão de Massa na economia. O governo estima os custos da guerra na Ucrânia para a economia argentina em cerca de US$ 5 trilhões, disse o ministro das Relações Exteriores, Santiago Cafiero, durante a cúpula do G20. Em dezembro, o FMI aprovou o cumprimento das metas fiscais e monetárias renegociadas em 2022 com a Argentina, que fechou o ano com inflação de 94,8%, a maior em 32 anos, embora o crescimento seja estimado em 5% em 2022. Massa atribuiu os atuais problemas de endividamento da Argentina ao empréstimo contraído com o FMI pelo governo anterior: “É uma bomba que deve ser administrada e que limitou a capacidade de crescimento”, afirmou. “Nosso principal objetivo é baixar a inflação sem congelar a economia, porque a paz dos cemitérios não serve para ninguém”, aludindo às críticas de economistas da oposição que exigem maior ajuste fiscal.

*Com informações da AFP

Fonte: Jovem Pan News

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