Cientistas estão constantemente buscando por possíveis sinais de vida extraterrestre. Para isso tornou-se essencial desenvolver equipamentos de análise que possam ser enviados em missões de exploração sem ocupar muito espaço. Dessa vez, uma equipe de pesquisadores desenvolveu um compacto dispositivo de laser que pode ajudar nessas descobertas.
A publicação da pesquisa que desenvolveu o dispositivo foi feita nesta segunda-feira (16) na revista Nature Astronomy, sendo liderada pela Universidade Maryland. O instrumento foi pensado para atender as missões espaciais da NASA, e é muito mais compacto que outros dispositivos projetados para desempenhar a mesma função.
O dispositivo de laser pesa menos de 8 quilos e é capaz de analisar as amostras de um local e apontar assinaturas biológicas. Ele é composto por duas ferramentas, uma delas é um laser pulsante ultravioleta, capaz de remover pequenas amostras planetárias. A outra ferramenta é um Orbitrap, um analisador que fornece dados em alta resolução da composição química de uma amostra.
Compactação do dispositivo
O Orbitrap, originalmente foi desenvolvido para ser usado na indústria farmacêutica, médica e proteômica, no entanto eles geralmente são aparelhos grandes e pesados, o que dificultaria sua utilização em missões espaciais. Ricardo Arevalo, líder do estudo e professor de geologia na Universidade de Maryland, e sua equipe levaram oito anos para deixar o equipamento menor, sem prejudicar a capacidade de análise.
Para tornar o Orbitrap compacto, os pesquisadores emparelharam-no com espectrometria de massa de dessorção a laser (LDMS), uma técnica de análise de biomoléculas grandes a partir de ionização.
O bom de uma fonte de laser é que qualquer coisa que pode ser ionizada pode ser analisada. Se dispararmos nosso feixe de laser em uma amostra de gelo, poderemos caracterizar a composição do gelo e ver bioassinaturas nele. Esta ferramenta tem uma resolução de massa tão alta e precisão que quaisquer estruturas moleculares ou químicas em uma amostra se tornam muito mais identificáveis.
Ricardo Arevalo em resposta a Phys.
Além disso, o dispositivo a laser permite que moléculas orgânicas maiores sejam detectadas, como as proteínas. Moléculas orgânicas menores, como aminoácidos podem ser formados a partir de processos abióticos, no entanto compostos maiores tendem a ser associados a existência de vida para sua formação.
Os pesquisadores acreditam que o equipamento pode ser útil nas próximas missões de exploração espacial. “Vejo este protótipo como um desbravador para outros futuros instrumentos baseados em LDMS e Orbitrap. Nosso mini instrumento Orbitrap LDMS tem o potencial de melhorar significativamente a maneira como atualmente estudamos a geoquímica ou astrobiologia de uma superfície planetária” aponta Arevalo.
Fonte: Olhar Digital
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