O futebol italiano vê, na atual temporada, o desempenho mágico do Napoli. Dominando a disputa, com 15 vitórias em 18 jogos da liga e vindo de um avassalador 5 a 1 diante da Juventus, o ataque tem como referência o nigeriano Victor Osimhen, que foi autor de dois gols neste jogo. Atual artilheiro da Série A, ele tem condições de quebrar uma marca inédita no campeonato italiano: nunca um jogador africano foi o artilheiro da disputa.
Na atual temporada do Italiano, além de Osimhen, outros dois africanos também se credenciam na disputa da artilharia. O também nigeriano Ademola Lookman, da Atalanta, é o vice-artilheiro, com nove gols marcados – assim como o angolano M’Bala Nzola, do Spezia.
Dentre as cinco principais ligas europeias, a Itália é a única que nunca teve um africano como artilheiro. Na Alemanha, Aubameyang foi o grande goleador na temporada 2016/17, e a Espanha viu Samuel Eto’o marcar 26 gols em 2005/06.
Na Inglaterra, Didier Drogba abriu o caminho em 2006/07 e na temporada 2018/19 houve um empate triplo com três africanos: Auba, Salah e Mané. Na França, onde a presença dos africanos é ainda maior, seis vezes o artilheiro do nacional veio do continente.
A situação na Itália chama um pouco mais a atenção por lá já ter abrigado excelentes jogadores africanos. George Weah, que atuou cinco anos no Milan, foi eleito o melhor do mundo na temporada 1995/96, mas não capturou a artilharia do campeonato nacional. Mais recentemente, Salah jogou pela Roma e também não conseguiu o feito. Outros nomes marcantes que passaram pela futebol na Bota foram Kanu, Obafemi Martins e Eto’o.
Atualmente, são 48 jogadores africanos entre os que disputam a Série A italiana. Apenas Juventus e Lazio não contam com jogadores vindo do continente em seu elenco atual. O país sofre com recorrentes casos de racismo denunciado pelos próprios jogadores – situações ocorridas com Moise Kean, Mario Balotelli, entre tantos outros. Recentemente, Mike Maignan e Fikayo Tomori, do Milan, foram alvo de racismo durante partida contra o Cagliari. Efetivamente, pouco foi feito pela própria Federação para coibir as atitudes criminosas por parte, principalmente, das pessoas que estão no estádio.
Dentro de campo, a participação africana no torneio segue crescendo. Continuando com a atual média de gols (0,76/jogo) Osimhen finalizará o torneio com a incrível marca de 29 gols marcados – número que, via de regra, garante o prêmio de artilheiro. Além de poder ajudar o Napoli a dar fim numa seca de 33 anos, o nigeriano ganha chance de também entrar alcançar algo inédito no futebol do país.
Fonte: Ogol
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