Cientistas encontram em Madagascar vestígios de uma nova espécie de tartaruga gigante que habitou a ilha a cerca de 1000 anos atrás. A descoberta foi feita enquanto realizavam um estudo sobre a linhagem das tartarugas gigantes que habitam em Madagascar e outras ilhas no oeste do Oceano Índico.
A partir de análise de DNA nuclear e mitocondrial de uma tíbia (osso da perna), os pesquisadores concluíram se tratar de uma nova espécie que recebeu o nome de Astrochelys rogerbouri, em homenagem e Roger Bour, herpetologista francês e especialista em tartarugas gigantes do Oceano Índico Ocidental.
Não se sabe quando a espécie foi de fato extinta, no entanto o vestígio indica que o indivíduo a qual pertencia viveu a cerca de 1000 anos atrás.
As tartarugas gigantes foram essenciais para a formação do ecossistema das ilhas e atóis do oeste do Oceano Índico. Pesando cerca de 270 quilos, o seu apetite voraz fez com que elas assumissem posição ecológica semelhante ao mamutes.
Tartarugas gigantes do Oceano Índico Ocidental
As cerca de 100.000 tartarugas gigantes de outra espécie que ainda habitam Aldabra, um atol no noroeste de Madagascar, alimentam-se de cerca de 11,8 milhões de material vegetal por ano.
A maioria das espécies gigantes que habitavam a região já foram extintas. Os cientistas, no entanto, têm trabalhado para entender a vida pré-histórica desses animais que existiam nas ilhas, através da análise de DNA.
“Se quisermos saber como eram originalmente esses ecossistemas insulares, precisamos incluir tartarugas gigantes – grandes membros extintos do ecossistema que assumiram o papel frequentemente ocupado por grandes mamíferos herbívoros”
Karen Samonds, coautora do estudo e professora do Departamento de Ciências Biológicas da Northern Illinois University, em resposta a LiveScience.
Os fósseis de tartarugas gigantes começaram a ser coletados ainda no século 17, e na época elas já não existiam a bastante tempo em Madagascar. Em ilhas como as Mascarenhas elas Seychelle, restavam poucos exemplares, que foram extintos devido a atividades humanas, que as colhiam para alimentação e produção de óleo.
No estudo, a equipe conseguiu descobrir a forma como as tartarugas gigantes saíram da África e se espalharam pelas ilhas do oeste do Oceano Índico. Eles fizeram isso depois de gerar diversos genomas a partir dos fósseis coletados desde os anos 1600 combinados com datação por radiocarbono e dados sobre as linhagens de tartaruga que já existiam.
Agora, Samonds e os outros pesquisadores esperam que os paleontólogos possam usar da análise de DNA antigo em estudos futuros junto com as metodologias convencionais. “A inclusão do DNA antigo nos permitiu examinar quantas espécies de tartarugas existiam e quais eram suas relações entre si. Também nos ajudou a apreciar a diversidade original de tartarugas nas ilhas”, aponta a pesquisadora.
Fonte: Olhar Digital
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