Usando dados do Observatório de Dinâmicas Solares (SDO), da NASA, pesquisadores da Associação de Pesquisa do Noroeste dos EUA (NWRA) identificaram pequenos sinais nas camadas superiores da atmosfera solar, a coroa, que podem ajudar a identificar quais regiões do Sol são mais propensas a produzir erupções.
Eles observaram que, acima das regiões prestes a se inflamar, a coroa produzia flashes em pequena escala – como pequenas faíscas que antecedem os grandes fogos de artifício.
Segundo a NASA, essas informações poderiam eventualmente ajudar a melhorar as previsões de erupções e tempestades solares.
O clima espacial pode afetar a Terra de várias maneiras: produzindo auroras, colocando em risco os astronautas, interrompendo as comunicações de rádio ou causando grandes apagões elétricos.
Um estudo publicado nesta segunda-feira (16) no periódico científico The Astrophysical Journal demonstra como a atividade nas camadas inferiores da atmosfera do Sol – como a fotosfera e a cromosfera – pode indicar explosão iminente em regiões ativas, que muitas vezes são marcadas por grupos de manchas solares.
“Podemos obter algumas informações muito diferentes na coroa do que obtemos da fotosfera, ou ‘superfície’ do Sol”, disse KD Leka, principal autor do novo estudo, que também é professor estrangeiro designado na Universidade de Nagoya, no Japão. “Nossos resultados podem nos dar um novo marcador para distinguir quais regiões ativas provavelmente se inflamarão em breve e quais permanecerão em silêncio durante um próximo período de tempo”.
Os autores da pesquisa usaram um banco de dados recém-criado das regiões ativas do Sol capturadas pelo SDO, que combina mais de oito anos de imagens tiradas de regiões ativas em luz ultravioleta e ultravioleta extrema.
“É a primeira vez que um banco de dados como esse está prontamente disponível para a comunidade científica, e será muito útil para estudar muitos tópicos, não apenas regiões ativas prontas para explodir”, disse Karin Dissauer, cientista que lidera o novo banco de dados da NWRA.
O grupo estudou uma grande amostra de regiões ativas do banco de dados, usando métodos estatísticos desenvolvidos pelo membro da equipe Graham Barnes. A análise revelou pequenos flashes na coroa que precederam cada explosão.
Esses e outros novos insights podem dar aos pesquisadores uma melhor compreensão da física que ocorre nessas regiões magneticamente ativas, com o objetivo de desenvolver novas ferramentas para prever erupções solares.
“Com esta pesquisa, estamos realmente começando a cavar mais fundo”, disse Dissauer. “No futuro, a combinação de todas essas informações da superfície até a coroa deve permitir que os meteorologistas façam melhores previsões sobre quando e onde as erupções solares acontecerão”.
Fonte: Olhar Digital
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