Em algumas universidades nos Estados Unidos, diversos professores estão mudando sua didática por conta de um motivo muito recente: as inteligências artificiais, como o famoso chatbot, ChatGPT. Isso fez com que muitos professores começassem a realizar mais trabalhos em grupos, redações manuscritas ao invés de datilografadas e exames orais, ao contrário das atividades que estavam acostumados a pedir.
Com o surgimento dos chatbots, diversos casos sobre o uso da tecnologia para desenvolver trabalhos, principalmente redações, começaram a aparecer na internet. Algumas escolas públicas, como a de Nova York e Seattle, proibiram a utilização da inteligência artificial nas escolas e dispositivos conectados ao Wi-Fi para evitar este problema, mas os alunos conseguiram uma forma de utilizar o ChatGPT e burlar as regras.
Nas faculdades, a luta para conseguir incluir esta tecnologia no cotidiano é maior, porque diversos administradores relutam em aceitar esta ferramenta alegando que ela fere a liberdade acadêmica, além de não ser comprovado se ela realmente é eficaz, segundo o The New York Times.
“Tentamos instituir políticas gerais que certamente respalda a autoridade do membro do corpo docente para ministrar uma aula”, em vez de visar métodos específicos de trapaça, disse Joe Glover, reitor da Universidade da Flórida. “Esta não será a última inovação com a qual teremos que lidar”.
Um porta-voz da OpenAI, empresa responsável pela criação do ChatGPT, disse que compreende o poder de sua tecnologia para enganar pessoas e está desenvolvendo ferramentas para ajudar a reconhecer textos escritos por inteligências artificiais.
Na maioria das faculdades o tema chatbot está sendo muito discutido, o principal objetivo de arranjar uma forma para se adaptar ou excluir a inteligência do meio escolar. Os alunos estão “utilizando isso porque as tarefas podem ser plagiadas”, disse Sid Dobrin, presidente do departamento de inglês da Universidade da Flórida.
Caso real
O professor Antony Aumann, que dá aulas de filosofia na Northern Michigan University, estava corrigindo redações para seu curso quando chegou na melhor redação da sala. A sua matéria de religiões mundiais recebeu um artigo que explorava a moralidade da proibição da burca com parágrafos claros, exemplos adequados e argumentos rigorosos.
Isso fez com que Aumann duvidasse da redação, e ao confrontar seu aluno ele assumiu ter usado inteligência artificial para realizar a atividade.
Alarmado com sua descoberta, o professor decidiu transformar a redação de seus cursos neste semestre. Agora, ele planeja exigir que os alunos escrevam os primeiros rascunhos na sala de aula, usando navegadores que monitoram e restringem a atividade do computador, e em rascunhos posteriores, os alunos devem explicar cada revisão. O Sr. Aumann, também planeja incluir o ChatGPT nas aulas, pedindo aos alunos que avaliem as respostas do chatbot.
“O que está acontecendo na aula não será mais: ‘Aqui estão algumas perguntas – vamos conversar sobre isso entre nós, seres humanos’”, disse ele, mas em vez disso “é como: ‘O que esse robô alienígena também pensa?”.
Fonte: Olhar Digital
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