Segunda-feira, Novembro 25, 2024
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Janeiro Roxo chega para combater o preconceito e conscientizar sobre a Hanseníase

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Apesar da condição milenar e devido ao seu passado histórico, a hanseníase é uma doença que infelizmente está atrelada ao preconceito e este paradigma precisa ser quebrado. Pensando nisso, a campanha ‘Janeiro Roxo’ tem por objetivo alertar a população para os principais sinais e sintomas da hanseníase e desmistificar a doença, uma vez que os pacientes acometidos por ela, se realizar o tratamento correto, podem levar uma vida normal e saudável sem risco de transmissão.

“O ‘Janeiro Roxo’ alerta sobre a doença e a importância do diagnóstico precoce e a luta contra o preconceito. É importante que os profissionais de saúde atuem constantemente junto à comunidade e outros atores sociais com atividades de redução do estigma, da discriminação e no fortalecimento dos direitos da pessoa acometida pela hanseníase”, esclarece a Gerente Técnica do Programa Estadual de Hanseníase da Secretaria de Estado de Saúde, Laryssa Almeida de Brito Ribeiro.

A hanseníase é uma doença infectocontagiosa causada por uma bactéria chamada Mycobacterium Leprae. A doença não leva ao óbito, porém tem grande potencial incapacitante. Por afetar os nervos, a hanseníase causa no indivíduo a perda de sensibilidade ao frio ou calor, ao toque e à dor e o paciente pode se machucar e não perceber.

Segundo a Sociedade Brasileira de Hansenologia, o Brasil é o segundo país com mais casos de hanseníase no mundo e a cada ano mais de 30 mil pessoas são diagnosticadas com a doença.

Em Mato Grosso do Sul, de acordo com dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), foram notificados 493 casos novos no ano de 2019, 265 em 2020 e 264 em 2021. Essa diminuição no número de diagnósticos foi observada devido a pandemia da Covid-19, onde neste período (2020 e 2021), a população deixou de buscar as unidades básicas de saúde. E no ano de 2022 foram registrados 239 casos.

Assim, a Secretaria de Estado de Saúde de Mato Grosso do Sul por meio do Programa Estadual de Controle da Hanseníase oferece às equipes de saúde dos municípios capacitações para diagnóstico, tratamento e acompanhamento das pessoas com hanseníase, além de manter as equipes atualizadas quanto aos guias práticos sobre hanseníase, materiais didáticos, notas técnicas e outras publicações do Ministério da Saúde.

Desta forma, a SES/MS propõe e incentiva atividades nas comunidades para a eliminação do estigma, discriminação e fortalecimento dos direitos da pessoa acometida pela hanseníase. O programa busca estimular a utilização da Caderneta de Saúde da pessoa acometida pela hanseníase e disponibiliza todos os medicamentos usados durante o tratamento garantindo sua distribuição para todos os municípios do Estado.

Transmissão

O principal meio de transmissão da hanseníase se dá através de vias respiratórias (inalação de gotículas – secreções nasais, tosses, espirros) por meio de contato próximo e prolongado, com um doente acometido pela hanseníase que não está sendo tratado.

Principais sinais e sintomas

A pele pode apresentar lesões ou manchas esbranquiçadas, acastanhadas ou avermelhadas com alteração da sensibilidade térmica, ao tato ou à dor;

Formigamentos, choques e câimbras nos braços e pernas, que evoluem para dormência e a pessoa pode se queimar e/ou machucar sem perceber;

Pode ocorrer a diminuição dos pelos e suor em algumas áreas e a diminuição e/ou ausência da força muscular na face, mãos e pés.

Vale advertir que há um pequeno número de casos em que os pacientes não apresentam lesões na pele, mas apenas dormência ou dor no trajeto dos nervos, podendo afetar os olhos e outros órgãos internos. Isso geralmente acontece quando os pacientes ficam um longo período sem diagnóstico o que ocasiona a evolução e avanço da hanseníase. As articulações e juntas do corpo, como cotovelos e joelhos, podem ser afetadas e apresentarem inflamação, desenvolvendo artrite nesses locais.

Diagnóstico

O diagnóstico é essencialmente clínico-epidemiológico, realizado por médicos dermatologistas por meio de exame da pele e dos nervos para identificar lesões com alterações motoras e de sensibilidade. Em caso de diagnóstico positivo para hanseníase, oriente as pessoas próximas a também procurarem atendimento médico para serem examinadas.

O diagnóstico tardio e desenvolvimento de reações hansênicas são alguns dos fatores para o desenvolvimento de incapacidades físicas.

Tratamento

O tratamento é realizado através da associação de medicamentos – Poliquimioterapia – fornecidos gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), disponíveis em qualquer unidade de saúde. É essencial que o doente não abandone o tratamento ou deixe de tomar os remédios.

Antigamente, os pacientes ficavam em ambientes isolados e tinham seus itens de uso pessoal separados dos demais, mas hoje é de conhecimento público que a transmissão não se dá por meio dos objetos pessoais do paciente, sendo o isolamento desnecessário e estigmatizante ferindo os direitos da pessoa acometida. O tratamento é efetivo não sendo necessárias tais atitudes.

O diagnóstico precoce e o início do tratamento interrompem a cadeia de transmissão e evita sequelas. Em caso de qualquer sinal ou sintoma, procure uma unidade de saúde.

Assessoria de Comunicação da SES
Foto: Divulgação

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