O grande e falado lançamento da parceria de Craig Mazin e a HBO é The Last Of Us, série baseada em um videogame lançado em 2013. O piloto estreou como a maior adaptação de jogos já vista. A história é baseada em um apocalipse causado por um fungo que controla a mente das pessoas, chamado de Cordyceps, o que é um fungo real. Ao assistir, nos surge a pergunta: é realmente possível que isto ocorra?
Esta ideia foi investigada no contexto do jogo muitas vezes, mas é preciso ter em mente que os danos do fungo na vida real e na série são bem diferentes. O que vale a pena discutir é se uma pandemia fúngica, causada por um patógeno semelhante ao Cordyceps, que altera o comportamento humano, realmente possa ocorrer.
Para iniciar vamos falar dos personagens principais, Joel e Ellie. Os dois decidem atravessar as ruínas de um Estados Unidos pós-apocalíptico. Vale ressaltar que não estamos tratando da realidade, então há espaço para reviravoltas surpreendentes.
ATENÇÃO: Neste texto teremos spoilers dos episódios 2 e 3 da série. Se não quiser saber, pare aqui!
A história real por trás do The Last Of Us
Em um episódio da série Planet Earth de 2006 da BBC, sobre a selva, o naturalista David Attenborough e sua equipe encontraram diversos fungos capazes de manipular o comportamento. No vídeo podemos ver uma formiga com a mandíbula enrolada no galho de uma árvore, ele já foi visto mais de 10 milhões de vezes no YouTube.
Esta cena foi a inspiração de Bruce Straley e Neil Druckmann, diretor e diretor criativo, respectivamente, em The Last of Us de 2013, segundo o CNET. Em entrevista, Druckmann conta que as formigas zumbi foram o ponto de partida para iniciar o game.
O fungo chamado Ophiocordyceps começa a se replicar no corpo das formigas e passa a residir em regiões específicas, como o cérebro e músculos, liberando compostos químicos para manipular o seu comportamento. A formiga é direcionada para o inferior de uma folha e a morde, assim, sua mandíbula se fecha em torno do objeto graças a alguns compostos fúngicos inteligentes e permanece lá até que o corpo frutífero irrompe de sua cabeça. Eventualmente, ele se abre e libera mais esporos no chão.
Linha do tempo
No videogame não dá para saber como ou onde a pandemia começou, apenas por pequenos fragmentos podemos dizer que foi na América do Sul. Porém, a série da HBO aprofunda um pouco mais nisso, o que nos dá mais material para trabalhar nesta possibilidade.
No dia 23 de setembro de 2003, uma mulher que trabalhava em uma fábrica de farinha e grãos foi mordida por um homem desconhecido. Após isso, ela se tornou violenta e mordeu três colegas de trabalho, antes de ser presa no banheiro e baleada na cabeça. Os colegas também foram executados horas depois.
No dia seguinte, dois policiais na Indonésia vão ao encontro de Ibu Ratna, uma professora de micologia da Universidade da Indonésia, e a levam a um laboratório onde ela identifica o fungo Ophiocordyceps. Apesar de saber que o fungo não sobrevive em humanos, a professora verifica uma colônia no cadáver da mulher que foi mordida.
Após a sua descoberta, ela pede para que bombardeiem a cidade e todos nela. Porém, três dias depois, o surto atinge os Estados Unidos e em menos de um dia torna a situação caótica.
Isso tudo, pode realmente acontecer?
Isto é muito improvável que aconteça, mas com muitas ressalvas podemos pensar em um talvez. Existem dois problemas principais na série, as mudanças climáticas e como os fungos se reproduzem.
Uma pesquisa mostrou que os insetos são suscetíveis a doenças fúngicas por conta da sua falta de regulação temporal. Os fungos vivem melhor em ambientes frios, por isso atacam insetos, anfíbios e plantas. Isso faz com que ele não seja tão perigoso para nós, grandes animais de sangue quente, com grossas camadas de tecidos na pele.
O ser humano pode ser infectado com fungos, como a candidíase, por exemplo. Às vezes, esses fungos escapam de nossas defesas, especialmente daqueles com sistema imunológico comprometido.
“A única coisa que você deve lembrar com infecções fúngicas é que elas infectam predominantemente pessoas com uma condição subjacente”, disse Julianne Djordjevic, professora associada da Universidade de Sydney, que estuda infecções fúngicas em humanos.
As coisas estão mudando, no entanto, e o mundo está esquentando. “E se, por exemplo, o mundo ficasse um pouco mais quente?” o fictício Dr. Newman pergunta na estreia. As temperaturas mais altas podem fazer com que os fungos se adaptem lentamente e evoluam para suportar os tipos de calor que podem experimentar dentro do corpo humano.
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Fonte: Olhar Digital
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