É bastante comum depararmos com discussões e comentários sobre ansiedade e pressões causadas pelas redes sociais, visto que cada vez mais gastamos tempo no mundo online. Um estudo, no entanto, indica que a situação pode não ser vista exatamente dessa forma, pelo menos quando o Instagram é utilizado.
Como foi realizada a pesquisa que mede a felicidade dos jovens no Instagram
Dessa forma, os pesquisadores chegaram no resultado: os adolescentes enviaram quatro vezes mais mensagens diretas contendo expressões de felicidade do que mensagens tristes no Instagram. Outra questão apontada pelo estudo é que não houve relação significativa entre as emoções expressadas nas DMs de um usuário e como ele se sentia na vida real.
“Todas as manchetes que você vê nos jornais e as coisas que fizemos anteriormente sugerem que essa discussão tem relação com o tempo gasto nas mídias sociais e não com o conteúdo que você consome”, disse Tim Verbeij, um dos coautores da pesquisa, ao Fast Company.
Ao observar esse detalhe, Verbeij e os outros colegas do artigo analisaram o conteúdo real que os usuários encontram nas redes sociais. Com isso, essa prática não ficaria presa somente em apontar a conexão entre o tempo gasto nas plataformas e o bem-estar e a felicidade da pessoa.
Por outro lado, é necessário ressaltar que a pesquisa foi realiza durante a fase mais dura da pandemia da covid-19. Isso significa que a interação real era mínima e as redes sociais como o Instagram se tornaram uma forma de manter o contato com amigos enquanto os encontros pessoais estavam restritos.
“Nossa interpretação das descobertas é que o Instagram pode ser benéfico para o desenvolvimento emocional normal”, afirmou Verbeij, que falou sobre a relação entre a plataforma e o isolamento social. “Nesse caso, o Instagram pode ser muito benéfico para eles expressarem sua felicidade ou quando estão tristes, com seus amigos”, acrescentou.
Verbeij confessa que o resultado da pesquisa é surpreendente. “Acho que os adolescentes são melhores em gerenciar seu uso de rede social do que esperamos”, diz Verbeij. “Claro que eles podem passar muito tempo nas redes sociais e isso pode interrompê-los fazendo o dever de casa, mas também os ajudam muito a se comunicar com seus colegas”, completou.
De acordo com Tama Leaver, professor de estudos da Internet na Universidade Curtin da Austrália, o estudo com o Instagram serve como “um corretivo útil para o senso comum de que a maioria das mídias sociais é ruim na maior parte do tempo”. Ele também exalta a importância da pesquisa devido à compreensão diferenciada entre os jovens e o uso das redes sociais.
“Este é um estudo importante em grande parte porque se concentra em DMs por meio da doação de dados de arquivos próprios de adolescentes, o que permite uma janela significativa para espaços não públicos de rede social de jovens”, argumenta Leaver.
No entanto, ainda é preciso ter atenção e cautela com certos conteúdos que são propagados na internet e especialmente nas redes sociais. “Os danos on-line para crianças, como conteúdo de transtorno alimentar, automutilação e conteúdo de suicídio, têm impactos do mundo real em nossas comunidades”, explica Imran Ahmed, diretor executivo do Center for Countering Digital Hate.
Informações via Fast Company
Fonte: Olhar Digital
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