Pesquisadores da Universidade Carnegie Mellon, no estado norte-americano da Pensilvânia, desenvolveram um método para detectar a forma tridimensional e os movimentos dos corpos humanos em um ambiente diverso, usando apenas roteadores WiFi para obter essa “visão através das paredes”.

Para fazer isso, eles usaram o DensePose, um sistema para mapear todos os pixels na superfície de um corpo humano em uma foto. 

Segundo o site Vice, o sistema foi projetado por pesquisadores de Londres e pesquisadores de Inteligência Artificial (IA) do Facebook. 

A partir daí, de acordo com o artigo recentemente carregado publicado no servidor de pré-impressão arXiv, foi desenvolvida uma rede neural profunda que mapeia a fase e a amplitude dos sinais WiFi enviados e recebidos pelos roteadores para as coordenadas nos corpos humanos.

Não é de hoje que os cientistas têm trabalhado em “ver” pessoas sem usar câmeras ou radares. Em 2013, uma equipe de pesquisadores do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) encontrou uma maneira de usar sinais de smartphones para enxergar através das paredes. Cinco anos mais tarde, outra equipe do MIT usou WiFi para detectar pessoas em outra sala e traduzir seus movimentos em figuras de bengala.

Os pesquisadores da Carnegie Mellon acreditam que os sinais WiFi “podem servir como um substituto onipresente” para câmeras RGB normais, quando se trata de “sentir” pessoas em uma sala. 

Eles relataram que o uso do WiFi supera obstáculos como iluminação fraca e oclusão que as lentes regulares da câmera enfrentam.

Entre os benefícios da nova invenção, os autores destacam a segurança. “De fato, a maioria das famílias nos países desenvolvidos já tem WiFi em casa, e essa tecnologia pode ser dimensionada para monitorar o bem-estar das pessoas idosas ou apenas identificar comportamentos suspeitos na residência”.

Vamos ter que imaginar o que seriam esses tais “comportamentos suspeitos”, já que o artigo não apresenta detalhes nesse sentido. 

Essa tecnologia também se apresenta como uma maneira acessível de rastrear o paradeiro exato de mais de apenas um indivíduo, e com maior fidelidade. Se isso virá à custa da privacidade de alguém, também não se sabe, especialmente considerando o cenário de dispositivos domésticos inteligentes existentes.