Dando continuidade à sua “turnê mensal” de janeiro pelos planetas do Sistema Solar, na madrugada desta sexta-feira (20), a Lua vai dar uma “passadinha” por Mercúrio, que vai compartilhar a mesma ascensão reta com o nosso satélite natural, aparecendo muito próximo a ele no céu, em um fenômeno chamado de conjunção astronômica. 

Posição da dupla Lua e Mercúrio no céu no momento da conjunção astronômica entre os dois corpos, na madrugada desta sexta-feira (20). Imagem: Stellarium

No Brasil, a dupla será visível a partir das 4h51 da manhã (pelo horário de Brasília), atingindo uma altitude de 13° acima do horizonte oriental. Em seguida, eles seguirão em direção ao horizonte, desaparecendo pouco antes do pôr do Sol, por volta das 18h15. Esses dados têm como referência um observador baseado em São Paulo e variam relativamente conforme a sua localização.

Os astros estarão a 6°56′ de distância um do outro – o que não é perto o bastante para eles caberem dentro do campo de visão de um telescópio ou par de binóculos, mas o suficiente para serem visíveis a olho nu.

Segundo o guia astronômico In-The-Sky.org, a Lua estará em magnitude de -9.3, enquanto a de Mercúrio será de 0.2, ambos na constelação de Leão. Quanto mais brilhante um objeto parece, menor é o valor de sua magnitude (relação inversa). O Sol, por exemplo, que é o corpo mais brilhante do céu, tem magnitude aparente de -27.

Mercúrio é o planeta mais próximo do Sol e tem uma característica que muitas pessoas desconhecem: uma cauda. Segundo a NASA, a fina atmosfera do planeta é composta principalmente de oxigênio (O2), hidrogênio (H2), hélio (He), potássio (K) e pequenas partículas de sódio (Na), que brilham quando excitadas pela luz solar. A luz do Sol também libera e separa esses átomos provenientes da superfície.

Depois de Mercúrio, os próximos planetas a fazer conjunção com a Lua em janeiro serão Saturno (23), Júpiter (25), e novamente Urano (29) e Marte (31) – que já receberam a visita dela este mês. 

Essa série de conjunções ocorre em razão de o nosso satélite natural orbitar a Terra aproximadamente no mesmo plano em que os planetas orbitam o Sol, chamado plano da eclíptica.