Uma nova medicação para o tratamento da puberdade precoce central já está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS). O remédio, com o nome de Eligard (também conhecido como leuprorrelina), é injetável e aplicado semestralmente. Segunda a endocrinologista Dra. Lorena Amato, o avanço “significa mais conforto às crianças que precisam fazer o tratamento, já que, até o momento, as injeções precisavam ser administradas mensal ou trimestralmente”.
O que é puberdade precoce?
Puberdade precoce ocorre quando o processo de transição de criança para adulto acontece antes da hora. Geralmente, características físicas são notadas — sinais puberais em meninas abaixo dos oito anos e meninos antes dos nove anos podem ser evidência de puberdade precoce. A ajuda de um especialista em endocrinologia é imprescindível para que essa criança não tenha problemas no futuro.
As causas podem vir de diversos fatores, desde associações com doenças e genética até substâncias comuns que por algum motivo estimulam o corpo (como o caso do cipro estrógeno, encontrado em alguns alimentos, como a soja — funcionam como fitoestrógenos e acabam reagindo como hormônios no organismo de algumas crianças).
Crianças e tecnologia
Não há, no entanto, uma causa exata para o quadro. Contudo, de acordo com reportagem da Veja, um estudo italiano relacionou o desenvolvimento do quadro a vida moderna; um combo de sedentarismo, tecnologias à disposição, obesidade e até o consumo de conteúdo sexual ou erótico inadequado para a faixa etária — tudo sendo agravado com a chegada da pandemia, que expôs o grupo ainda mais às telas.
De 2019 para 2020 o crescimento de casos chegou a 122%, principalmente entre as meninas — que no geral já são mais expostas à condição. A luminosidade de telas, seja na aula ou em jogos, também contribui para o quadro de saúde — para quem não sabia, a luz azul da tela interfere na liberação da melatonina, hormônio cuja deficiência estimula a entrada na puberdade. Veja aqui mais detalhes sobre luz azul e artificial.
Não é de hoje, no entanto, que pesquisas alertam para as consequências do uso excessivo de telas entre crianças e adolescentes. Recentemente, dados da Coordenação de Epidemiologia e Informação alertou que os casos de miopia entre o grupo também aumentaram significativamente nos últimos dois anos em São Paulo. Segundo a pesquisa, que traz um alerta aos pais e responsáveis, o motivo seria o uso excessivo de aparelhos como celulares.
Como identificar a puberdade precoce?
Conforme a Dra. Amato, os exames de sangue, que mostram os hormônios sexuais (estradiol e testosterona), assim como as gonadotrofinas, que os estimulam (LH e FSH), podem sinalizar indicação da puberdade precoce.
“Além disso, idade óssea e ultrassonografia de útero e ovários para meninas e de testículos para os meninos são parâmetros importantes para o diagnóstico”, complementa a médica. O tratamento depende da causa. A mais comum é a puberdade precoce central idiopática, quando a causa é desconhecida ou subjetiva. Ela acomete, na grande maioria das vezes, meninas. No caso dos meninos, a puberdade precoce central é a mais vista.
Atenção aos principais sinais da puberdade precoce:
Vale pontuar que, além do tratamento com medicamentos, que servem para diminuir ou bloquear a produção antecipada de hormônios, é importante que crianças que passam pelas alterações tenham acompanhamento psicológico, já que a disfunção pode ter impactos sociais e até na relação com o próprio corpo.
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Fonte: Olhar Digital
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