O chatbot de inteligência artificial ChatGPT estreou na literatura científica, acumulando quatro créditos de autoria em artigos publicados em pré-print – ou seja, que ainda não foram revisados por pares. E talvez a publicação desses conteúdos em revistas acadêmicas leve um tempo. Editores e pesquisadores debatem o lugar da inteligência artificial na literatura científica e se é correto citar um chatbot como um autor.
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O debate gira em torno das políticas para esses bots. Editores consultados pela equipe de notícias da revista Nature avaliam que as inteligências artificiais, como o ChatGPT:
O ChatGPT já está gerando discussões em diversos setores – e no científico, não é diferente. Em particular, está levantando questões sobre o futuro dos ensaios universitários e da produção de pesquisa.
Caso a caso
O ChatGPT é um dos 12 autores de um pré-print sobre o uso da ferramenta para educação médica, publicado no repositório médico medRxiv em dezembro do ano passado. A equipe responsável está discutindo se é apropriado usar e creditar ferramentas de IA ao escrever estudos.
Um editorial na revista Nurse Education in Practice deste mês credita a IA como coautora, ao lado de Siobhan O’Connor, pesquisadora de tecnologia em saúde da Universidade de Manchester, no Reino Unido. Neste caso, contudo, o editor-chefe da revista, Roger Watson, diz que esse crédito passou por engano e que logo será corrigido.
Alex Zhavoronkov, executivo-chefe da Insilico Medicine, uma empresa de descoberta de medicamentos com inteligência artificial em Hong Kong, creditou o ChatGPT como coautor de um artigo na revista Oncoscience no mês passado. Ele afirma que sua empresa já publicou mais de 80 artigos produzidos por ferramentas de IA.
Um quarto artigo, coescrito por um chatbot anterior chamado GPT-3 e publicado no servidor de pré-impressão francês HAL em junho de 2022, será publicado em breve em um periódico revisado por pares, segundo a coautora Almira Osmanovic Thunström, neurobióloga da Sahlgrenska Hospital Universitário em Gotemburgo, Suécia. Ela explica que um periódico rejeitou o artigo após a revisão, mas um segundo o aceitou com o GPT-3 como autor depois que ela reescreveu o texto em resposta às solicitações dos revisores.
Fonte: Olhar Digital
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