O tatu-de-rabo-mole-grande é uma das cinco espécies de tatu existentes. Até então a presença dele já havia sido observada em regiões de Mata Atlântica, Caatinga, Cerrado e Pampas, mas agora pesquisadores descobriram que ele também ocorre no Pantanal.
Essa é a mais forte e rápida em cavar dentre as espécies de tatus. Eles recebem esse nome por não possuírem escudo térmicos que protejam sua cauda. Esses tatus podem chegar até 50 cm de comprimento e pesar até cerca de 5 quilos.
A descoberta de incidência do animal no Pantanal, no Mato Grosso do Sul, foi feita após uma pesquisa do Instituto de Conservação de Animais Silvestres (ICAS). O estudo foi feito através de dados coletados durante 10 anos de armadilhas fotográficas, animais mortos e trabalhos de campo.
Os biólogos Matheus Ian de Oliveira, Gabriel Fávero Massocato e Arnaud Desbiez observaram 12 registros do animal em áreas de transição entre o Cerrado e o Pantanal.
Era um animal que tinha apenas dois registros aqui no estado, agora apresentamos um trabalho com 12 novas incidências. É incrível mostrar estes novos dados e é mais surpreendente revelar que tem o animal no Pantanal. Antes era achismo, mas ninguém nunca apresentou uma imagem. O que alguns julgavam e não tinham confirmado, nós confirmamos. Provamos com as imagens e que a espécie ocorre no Pantanal
Gabriel Fávero Massocato em entrevista ao G1.
A espécie de tatu observada na pesquisa é uma das mais desconhecidas pela ciência e pela população, muito provavelmente por ter hábitos mais “tímidos”. O animal costuma passar a maior parte do tempo dentro de suas tocas.
Os avistamentos dele na natureza são raros, o que faz com que se tenha poucas informações sobre seus hábitos e características. Dos 12 registros, apenas 1 foram de avistamentos em trabalhos de campo, os outros, 7 foram de armadilhas fotográficas e 4 de carcaças de animais que foram encontrados mortos.
Incidências e preservação
Apenas 4 dos animais registrados foram vistos dentro dos limites do Pantanal do IBGE. Eles foram encontrados entre as cidades de Miranda e Aquidauana. No entanto, eles estavam na borda desses limites.
Se você ver, os quatro registros estão na bordinha entre os biomas. Estão na área de transição de biomas. Isso significa que os animais ocorrem tanto no Cerrado, quanto no Pantanal. A gente precisa ter mais pesquisas para ver a área de distribuição dos animais no Pantanal.
Gabriel Fávero Massocato
Os biólogos também pontuam sobre a importância da preservação das florestas, principalmente as de transição entre o Cerrado e o Pantanal. No artigo, os cientistas apontam que de acordo com os registros, os tatus-de-rabo-mole-grande tem preferências por locais de mata.
“Manter as áreas de transição é importante. Rodovias são uma ameaça para os animais e pessoas. Quatro dos nossos registros foram feitos com animais atropelados. Eram tatus que estavam saindo de uma área aberta e tentando ir para um ambiente florestado” aponta Massocato.
Fonte: Olhar Digital
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