China lamentou a entrada ‘acidental’ do objeto não tripulado no céu norte-americano, mas afirmou que produto tem fins científicos e que mudou sua rota original por causa do vento; Washington não acreditou
A China assumiu a responsabilidade pelo ‘balão espião’ que sobrevoa o espaço aéreo dos Estados Unidos há dias e lamentou a entrada ‘acidental’ do objeto não tripulado. “Esta é uma aeronave civil usada para fins científicos, principalmente meteorológicos” e “procedente da China”, disse um porta-voz do Ministério chinês das Relações Exteriores, em um comunicado. “O lado chinês lamenta a entrada acidental da aeronave no espaço aéreo dos Estados Unidos, devido a uma força maior”, acrescentou e informou que o ventou “desviou sua trajetória”, disse. O Pentágono, por sua vez, não acreditou na versão chinesa e pontuou que o balão tem autonomia para manobrar, desviou seu curso original deliberadamente e serve para fins de vigilância e não para pesquisas meteorológicas e científicas. O Departamento da Defesa dos Estados Unidos também informou que apensar de não haver indícios de que tenha material radioativo ou nuclear no balão, eles optaram por não derrubá-lo, para proteger a população, e eles consideraram, “limitada” a capacidade do objeto para coletar informações.
Por causa do balão, o secretário de Estados dos Estados Unidos, Antony Blinken, adiou uma visita a Pequim. “Há um balão de vigilância chinês que atualmente sobrevoa os Estados Unidos a grande altitude, esta é uma clara e inaceitável violação da soberania americana”, disse um funcionário do Departamento de Estado que pediu anonimato. Por isso, a visita de Blinken a Pequim, prevista para domingo e segunda, “foi adiada” e será reprogramada quando “as condições forem adequadas”, acrescentou. A visita à China seria a primeira de um secretário de Estado americano desde outubro de 2018, no momento em que os dois países tentam evitar que as tensões entre ambos levem a um conflito aberto. O balão, que está há dias no espaço aéreo norte-americano, atualmente sobrevoa a uma “altitude muito acima da do tráfego aéreo comercial” e “não representa uma ameaça militar ou física para as pessoas em terra”, afirmou o porta-voz do Pentágono, Pat Ryder, em um comunicado. Segundo a imprensa americana, o balão sobrevoou as Ilhas Aleutas, no norte do Oceano Pacífico, e o Canadá, antes de entrar no espaço aéreo dos Estados Unidos. Concretamente, o aeróstato sobrevoou o estado de Montana, que abriga instalações de mísseis nucleares, onde foram mobilizados aviões de combate que se aproximaram dele, informou um funcionário do Pentágono que pediu o anonimato.
Esta não é a primeira vez que o Exército americano registra uma intrusão deste tipo, mas, nesta ocasião, o objeto permaneceu mais tempo no espaço aéreo dos Estados Unidos. O incidente desencadeou fortes reações entre os políticos americanos e aumentou a tensão entre os dois países, que já está balançada, principalmente pro causa de Taiwn, que o governo chinês considera parte de seu território e cujo controle pretende recuperar um dia, inclusive com o uso da força se necessário. “Esta violação da soberania americana, poucos dias antes da visita do secretário de Estado Blinken à China, mostra que os sinais recentes de abertura” por parte das autoridades chinesas “não refletem uma mudança real de política”, comentaram os líderes republicano e democrata de um comitê parlamentar sobre a China, Mike Gallagher e Raja Krishnamoorthi. “Derrubem este balão!”, pediu o ex-presidente republicano Donald Trump em sua rede social, Truth Social.
Fonte: Jovem Pan News
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