A Austrália reconhecerá o Ecstasy (ou MDMA) e a psilocibina, um composto alucinógeno natural produzido em cogumelos, como medicamentos. A partir do dia 1º de julho de 2023 psiquiatras autorizados poderão prescrever as drogas para o tratamento de transtorno de estresse pós-traumático e depressão resistente

Na última sexta-feira (3), a TGA (“Therapeutic Goods Administration”), a autoridade responsável pela regulamentação de medicamentos no país, confirmou oficialmente a decisão.

Ecstasy e psilocibina são aprovados pela primeira vez como medicamentos
A psilocibina é um composto psicodélico natural produzido por mais de 200 espécies de fungos. Imagem: 24K-Production/Shutterstock

Como será o tratamento?

A TGA ainda não detalhou exatamente quais medidas são essas, destaca o Wired. Além disso, as autoridades de saúde também não informaram os padrões mínimos de treinamento que serão exigidos para trabalhar com os medicamentos experimentais.

Para Simon Ruffell, psiquiatra e pesquisador sênior da Universidade de Melbourne, não será qualquer psiquiatra que poderá administrar as terapias. O especialista aponta que pessoas envolvidas em práticas psicodélicas indígenas, por exemplo, passam até 10 anos treinando antes de poder trabalhar com esses tipos de substâncias. 

Alguns temem ainda que a Austrália esteja colocando a carroça na frente dos bois quando o assunto são os efeitos colaterais que podem surgir a longo prazo: “Os dados mais longos que temos são de 12 meses. Nós realmente não sabemos o que acontece mais tarde”, diz Ruffell.

Vale recordar que no início de 2023, o Oregon se tornou o primeiro estado americano a permitir o uso limitado de psilocibina por adultos. A previsão é que a FDA (“Food and Drug Administration”) também aprove o uso de Ecstasy para tratamento psiquiátrico em 2024 para todo o país.

No fim, os próximos capítulos de como a iniciativa se desenrola na Austrália serão decisivos para ditar se mais países vão abraçar ou não a ideia de oferecer medicamentos parecidos para fins terapêuticos.

Imagem principal: luchschenF/Shutterstock

Via: Wired