Um exoplaneta quase do tamanho da Terra foi encontrado recentemente orbitando uma estrela relativamente perto, a K2-415. O seu estudo pode ajudar a entender como planetas desse tamanho se formam e evoluem de formas semelhantes e diferentes do que aconteceu no nosso sistema solar.
Segundo os astrônomos, o exoplaneta chamado K2-415b é um alvo interessante de estudo devido a estar orbitando uma estrela relativamente pequena quando comparada ao seu tamanho. Por isso eles pretendem fazer acompanhamentos adicionais no planeta, como observar a velocidade radial e a espectroscopia de trânsito.
Pequenos planetas em torno de anãs M são um bom laboratório para explorar a diversidade atmosférica de planetas rochosos e as condições nas quais um planeta terrestre habitável pode existir
Teruyuki Hirano, líder da pesquisa que descobriu o planeta e astrônomo do Centro de Astrobiologia do Japão, em resposta a Science Alert.
A descoberta do exoplaneta será publicada no The Astronomical Journal mas já está disponível no servidor de pré-impressão arXiv.
Vida extraterrestre
Uma das maiores questões levantadas pela humanidade é se existe vida além da Terra. Atualmente o único lugar que podemos afirmar com certeza que existe ou já existiu vida é aqui.
Dessa forma, a busca por planetas semelhantes em tamanho, composição, temperatura, massa e até mesmo em um sistema solar parecido, pode ser a chave para descobrirmos se estamos ou não sozinhos.
Em estrelas como a K2-415, por serem menores, a zonas de temperatura habitável são muito mais próximas. Ou seja, planetas nessas áreas possuem um tempo de órbita mais curto e com maior possibilidade de registros de trânsitos de exoplanetas. Além disso, a proximidade com a Terra facilita essas descobertas.
No entanto, num raio de 100 anos-luz de distância da Terra, ainda não foram encontrados muitos planetas similares à Terra, apenas 14 exoplanetas com raio máximo de 1,25 vezes o nosso foram descoberto, e agora o K2-415b se junta a eles.
Descoberta do exoplaneta
O K2-415b já havia sido detectado pela primeira vez em 2017 pelo telescópio caça-planetas Kepler e depois apareceu em dados do seu sucessor TESS.
Observações em infravermelho permitiram que os astrônomos conseguissem detectar uma leve oscilação no movimento da estrela que poderia ter sido causada pela gravidade do planeta. Os dados coletados nas observações permitiram então que o exoplaneta fosse detectado e quais eram suas características.
A oscilação do movimento da estrela fez com que os cientistas calculassem a massa planetária, e as observações de trânsito, o raio e o período de órbita. Essas duas medidas combinadas permitiram o cálculo da densidade do exoplaneta.
Apesar da similaridade de tamanho com a Terra, o planeta se difere bastante nesses outros pontos. Ele é mais massivo e denso que nosso planeta e está muito mais próximo de sua estrela do que o ideal para abrigar características parecidas com a da Terra. O K2-415 se encontra na borda interna da zona de temperaturas habitáveis do planeta, como Vênus.
No entanto, os astrônomos acreditam que K2-415 pode ser um sistema multiplanetário. Dessa forma, outro exoplaneta similar à Terra ainda pode ser descoberto por lá. Mesmo que o K2-415 seja um pouco improvável de abrigar vida, seu sistema estelar ainda pode permitir a busca por vida.
Fonte: Olhar Digital
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