Os arqueólogos de linguagem e história da Antiga Mesopotâmia nem sempre estão realizando descobertas. A maior parte do tempo eles passam apenas traduzindo e estudando textos antigos, escritos em tabuletas antigas nos mais diversos idiomas como aramaico, ugarítico, elamita e acadiano. Agora, um desses textos trouxe detalhes sobre uma língua perdida.

As responsáveis por isso são duas tabuletas de argila que datam de 3800 anos atrás. Elas são da mesma época de Hamurabi, rei da Babilônia conhecido pelo seu código de leis homônimo. O achado é impressionante porque está escrito em uma língua que os arqueólogos duvidavam que a realmente tivesse existido. Isso porque não foram encontrados muitos registros escritos dela.

As duas tabuletas

As tabuletas foram encontradas a cerca de 30 anos atrás no Iraque durante a guerra com o país vizinho Irã. Por algum motivo desconhecido as tabuletas foram parar nos Estados Unidos e muito pouco foi descoberto sobre elas.

No entanto, a dupla de pesquisadores, Andrew R. George e Manfred Krebernik, depois de um incansável estudo concluíram que umas das tábuas estavam escritas em amorreu, uma língua cananéia. Ela foi considerada perdida durante séculos e apresenta semelhanças com o antigo hebraico.

Originalmente, os amoritas viviam na região de Canaã, que atualmente compõe Jordânia, Israel e Síria. A língua foi considerada perdida durante muito tempo, provavelmente porque ela foi sufocada por outros idiomas de povos que viviam na mesma região, como o  hebraico, aramaico e o acadiano.

Os pesquisadores acreditam que as tabuletas contenham não só frases soltas como sentenças complexas da lingua amorreu, e mostram que era um idioma coerente e articulado.

Cada uma das tabuletas possui o mesmo texto escrito em idiomas diferentes. Uma delas está em amorreu enquanto a outra foi escrita em acadiano. Essa última já possui registros mais comuns o que permitiu que os arqueólogos a usassem como base de tradução.