Após declarar que “remover conteúdos de exploração infantil é nossa prioridade número um” em novembro, o CEO do Twitter, Elon Musk, está sendo acusado de não estar fazendo muita coisa para honrar sua promessa.

Segundo o The New York Times, conteúdos contendo abusos infantis seguem “rolando soltos” na rede social. De acordo com a investigação do periódico, imagens de exploração sexual de crianças vem persistindo na plataforma e continua em larga escala.

Um problema grave é o fato de que Musk demitiu a maioria dos funcionários responsáveis pelo controle desse conteúdo. Além disso, desde então, a empresa parou de pagar pelo software que era chave para sua estratégia em sua estratégia para combater o abuso infantil na rede social.

“Se você deixar ratos-de-esgoto entrarem, você sabe que a pestilência virá”, disse Julie Inman Grant, comissária de segurança online da Austrália ao NYT.

Todavia, a líder de segurança do Twitter, Ella Irwin, afirma que os esforços da companhia estão valendo a pena, com seu departamento tuitando na semana passada que a empresa passou a usar uma abordagem “mais agressiva”, enquanto está “limitando proativa e severamente o alcance de qualquer conteúdo que detectamos que pode conter material abusivo”.

O setor de segurança do Twitter diz ainda que removeu cerca de 404 mil contas em janeiro que “criaram, distribuíram ou se envolveram com esse conteúdo, representando aumento de 112% nas suspensões de conteúdo ofensivo infantil desde novembro”.

Porém, tais contas não foram reportadas ao Centro Nacional de Crianças Perdidas e Exploradas dos EUA, uma vez que não atingiram o limite de “transmissão consciente” de imagens ilegais, segundo Irwin.

Enquanto isso, o Twitter vem reportando aproximadamente 8 mil contas cada mês à instituição. Como Irwin admite, o conteúdo abusivo infantil segue muito forte na rede social, e disse ao NYT que “definitivamente sabemos que ainda está faltando algumas peças que precisamos nos permitir detectar melhor”.

Mas, como o NYT descobriu – usando o software desenvolvido pelo próprio Twitter para detectar conteúdos ilegais -, vídeos de abuso infantil seguem conseguindo bem mais do que 100 mil visualizações.

“Considerando o foco dado por Musk à segurança das crianças, é surpreendente que eles não estão fazendo o mínimo esperado”, disse à publicação Alex Stamos, diretor do Observatório da Internet de Stanford.

“O volume que estão aptos a encontrar com mínimo esforço é um tanto significante”, afirmou Lloyd Richardson, diretor de tecnologia do Centro de Proteção à Criança Canadense.

Com informações de Futurism

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