Nas últimas semanas, um cigarro eletrônico de vitaminas começou a ser divulgado pelas redes sociais. O produto, também conhecido como vape, prometia melhorar o desempenho durante a atividade física. A comercialização, importação e propaganda desse produto foram proibidas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
A agência reguladora ainda observou que qualquer tipo de cigarro eletrônico é proibido no Brasil, “independentemente de sua composição e finalidade”.
A Resolução da Diretoria Colegiada – RDC 46/2009, que proíbe os dispositivos eletrônicos para fumar, é aplicável a quaisquer acessórios e refis destinados ao uso em qualquer dispositivo eletrônico para fumar
Anvisa
Em nota, a Anvisa também ressaltou que suplementos vitamínicos ou alimentares são ingeridos de forma oral em cápsulas, comprimidos, géis, gomas de mascar ou líquidos.
O pneumologista e coordenador da Comissão de Tabagismo da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, Paulo Corrêa, explica que “não é porque vitaminas são seguras pela via digestiva que elas são seguras pela via inalatória”.
Mesmo que houvesse uma vitamina que pudesse ser consumida pela via inalatória, teriam que ser realizadas quatro fases de testes do produto ou medicamentos:
“A utilização de vitaminas por via inalatória não é segura. A própria plataforma que a indústria utiliza, o propileno glycol, não foi estudado do ponto de vista inalatório em seres humanos para saber a sua segurança. Na bateria (do cigarro eletrônico) existe vazamento de metais para o aerossol. Esses metais também provocam alterações na saúde, por exemplo. O níquel é duas a 100 vezes mais presente nos cigarros eletrônicos do que esse cigarros convencionais. O níquel já foi associado com câncer de pulmão e com câncer de seios paranasais.
Paulo Corrêa
Caso um paciente precise da reposição de vitaminas, a recomendação do profissional é procurar um médico especialista em atividade física e nutrição.
Imagem destaque: FOTOGRIN/ Shutterstock
Fonte: Olhar Digital
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