O quartzo está presente em toda Terra, e é o principal mineral que compõe a areia. Agora, pela primeira vez, os cientistas estudaram como o impacto de asteroides modifica e age sob o material. A observação também explica como estruturas finas e achatadas, conhecidas como lamelas, surgem em materiais que foram atingidos.
O estudo foi realizado em laboratório, onde os pesquisadores simularam as condições sofridas pelo quartzo quando ocorre o impacto de um asteroide. A pesquisa foi feita por uma equipe de cientistas da Falko Langenhorst, da Universidade de Jena, e Hanns-Peter Liermann, do DESY e publicada recentemente na Nature Communications.
Essa análise ajuda os pesquisadores a entenderem melhor os vestígios de antigos impactos e como isso pode afetar outros materiais.
Colisão de asteroides
Quando os asteroides colidem com a Terra, eles formam enormes crateras e podem até mesmo derreter parte da rocha. Os buracos no entanto tendem a desaparecer com o passar de milhares de anos em razão da erosão, intemperismo e movimentações tectônicas.
Dessa forma, para encontrar evidências de um impacto, resta aos pesquisadores buscar por essas rochas que sofreram alterações físicas. Um exemplo é o quartzo, que com o tempo se transforma em vidro, formando estruturas lamelares microscópicas cruzadas.
Simulação em laboratório
Essas estruturas já haviam sido observadas anteriormente, no entanto os pesquisadores não sabiam como elas se formavam. para isso, os pesquisadores comprimiram uma amostra de quartzo entre duas bigornas de diamantes podendo criar de maneira controlada as condições de pressão semelhantes ao interior da Terra e o impacto de um asteroide.
Enquanto as amostras eram comprimidas, uma intensa luz de raios-X do PETRA III era atravessada nelas para monitorar as mudanças que aconteciam nas estruturas cristalinas do quartzo.
Observamos que, a uma pressão de cerca de 180.000 atmosferas, a estrutura de quartzo repentinamente se transformou em uma estrutura de transição mais compacta, que chamamos de rosiaíta. Nessa estrutura cristalina, o quartzo encolhe um terço de seu volume. As lamelas características se formam exatamente onde o quartzo se transforma nessa chamada fase metaestável, que ninguém foi capaz de identificar no quartzo antes de nós.
Christoph Otzen, primeiro autor da pesquisa, em resposta a Phys
A rosiaíta é um mineral óxido que também dá nome a estruturas minerais formadas de diferentes materiais.
Quanto mais alta a pressão sofrida pelo cristal, maior a proporção de estruturas semelhantes à rosiaíta na amostra. No entanto, quando a pressão diminui, ao invés das estruturas voltarem a formação original, elas se colapsam e formam lamelas de vidro em estruturas desordenadas.
A quantidade de lamelas e a orientação delas, pode ajudar os pesquisadores a entender como foi o impacto do asteroide e que tenha uma melhor compreensão desses eventos.
Fonte: Olhar Digital
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