Em meio à escassez de mão de obra registrada na área de tecnologia no ano passado, uma solução parece não só ter se tornado a opção mais viável como reforçado o avanço da robótica no mercado: a automação. Empresas norte-americanas bateram o recorde na encomenda de robôs auxiliares, direcionados principalmente para novas companhias de veículos elétricos e construção de fábricas de baterias.  

Principais pontos da notícia: 

Segundo a Reuters, empresas predominantemente dos EUA encomendaram pouco mais de 44.100 robôs em 2022, um aumento de 11% em relação ao ano anterior e um novo recorde, de acordo com dados compilados pela Association for Advancing Automation (ou A3). O valor das máquinas totalizou US$ 2,38 bilhões, um aumento de 18% em relação ao ano de 2021. 

A “escassez de mão de obra não parece estar diminuindo”, disse Jeff Burnstein, presidente da A3, acrescentando que os EUA vivem a menor taxa de desemprego desde 1969. Somado a isso, existe ainda a mudança de padrão de algumas empresas, que tiveram que se adequar ao cenário pandêmico. 

Você viu empresas como a Amazon fazer uma pausa na construção de novos armazéns, o que significa que provavelmente cancelaram ou atrasaram as compras de nova automação.

Jeff Burnstein, presidente da A3 

Ilustração de automação, com mão robótica segurando a palavra "jobs" (empregos, traduzido para o português)
Victor Moussa/Shutterstock

Por outro lado, Burnstein teme que os dados que deram o histórico registro para a área tenham sido impulsionados também pela pandemia — uma movimentação no sentido das contratações em massa e posteriormente as demissões em massa. Conforme o especialista, por exemplo, no auge da pandemia muitos fabricantes de robôs viram alguns clientes fazerem pedidos extras apenas para garantir que receberiam o que precisavam. 

Automação nas empresas 

Grande parte dos pedidos do ano passado veio de fábricas de veículos elétricos, que há muito tempo já dominam o campo da automação. 

Desde 2021, novas fábricas de veículos elétricos, baterias e reciclagem de baterias têm sido anunciadas a um investimento de US$ 160 bilhões, conforme levantamento do Atlas Public Policy, grupo de pesquisa com sede nos EUA que trabalha com montadoras e grupos ambientais. 

Para Brad Bennett, vice-presidente sênior de operações globais da fábrica Closure Systems International, a automação está servindo para otimizar o trabalho e garantir a segurança da produção. A empresa automatizou recentemente o trabalho de embalar e selar caixas no final da linha de montagem. 

“Não teremos que reduzir as pessoas. Esses trabalhadores passarão para outras tarefas. Durante a Covid, estávamos literalmente com 30% da fábrica inoperante porque não conseguíamos que um cara aparecesse por US$ 15 a hora.” 

Com informações da Reuters

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