Conforme noticiado pelo Olhar Digitalna última quarta-feira (8), uma equipe de pesquisadores liderada por um astrônomo brasileiro realizou uma importante descoberta em um dos mundos gelados mais afastados do nosso Sistema Solar

Professor do Observatório do Valongo (unidade acadêmica vinculada ao Centro de Ciências Matemáticas e da Natureza da Universidade Federal do Rio de Janeiro), e doutor em Astronomia pelo Observatório Nacional, Bruno Morgado é o autor principal do estudo, que descobriu um anel em torno do asteroide Quaoar, um pequeno corpo celeste localizado além da órbita de Netuno. 

A órbita do TNO (50000) Quaoar em comparação com as órbitas dos planetas gigantes: Júpiter, Saturno, Urano e Netuno. Fonte: JPL Horizons

Publicado na revista Nature, o achado chama a atenção pelo fato de que esse anel, simplesmente, não deveria existir. Ao menos não de acordo com o que se conhece sobre a natureza dessas estruturas.

Para conversar sobre essa tão importante descoberta, o programa Olhar Espacial desta sexta-feira (10) vai receber o professor doutor Felipe Braga Ribas, que trabalha na caracterização física de pequenos corpos, a partir da observação de ocultações estelares. Além de ser coautor do artigo sobre o anel de Quaoar, ele foi autor principal do trabalho que descreve a descoberta do primeiro sistema de anéis ao redor de um pequeno corpo do Sistema Solar, o centauro (10199) Chariklo.

O doutor em Astronomia e Astrofísica Felipe Braga Ribas é o convidado desta sexta-feira (10) do programa Olhar Espacial. Imagem: Arquivo pessoal

Sua formação acadêmica conta com licenciatura e bacharelado em Física pela Universidade Federal do Paraná, mestrado em Ciências (Astronomia) pelo Observatório do Valongo/UFRJ e doutorado em Astronomia e Astrofísica pelo Observatório Nacional e pelo Observatório de Paris, na França.

Sua tese “Explorando os Objetos Transnetunianos pelo Método de Ocultações Estelares: predição, observação, Quaoar e os primeiros resultados” foi ganhadora do Grande Prêmio Capes de Tese na área de Física/Astronomia e laureada com o IV Prêmio PG do Instituto Paulo Gontijo em 2014. 

Em 2015 foi contratado como professor no Departamento de Física da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) e é professor permanente e atual coordenador do Programa de Pós-Graduação em Física e Astronomia (PPGFA/UTFPR) desde 2016, ano em que recebeu o Prêmio Wagner Sessin na categoria Astronomia Dinâmica e Planetária.

Em 2017, teve seu nome atribuído ao asteroide 10999 que, em sua homenagem, passou a se chamar Braga-Ribas. 

Com vasta experiência em diversos observatórios no currículo, o pesquisador atua principalmente com ocultações estelares, objetos transnetunianos, astronomia observacional, fotometria diferencial, astrometria e modelagem.

Apresentado por Marcelo Zurita, presidente da Associação Paraibana de Astronomia — APA; membro da SAB — Sociedade Astronômica Brasileira; diretor técnico da BRAMON — Rede Brasileira de Observação de Meteoros — e coordenador regional (Nordeste) do Asteroid Day Brasil, o programa é transmitido ao vivo, todas às sextas-feiras, às 21h (horário de Brasília), pelos canais oficiais do veículo no YouTube, Facebook, Instagram, Twitter, LinkedIn e TikTok, além do canal por assinatura Markket (611-Vivo, 56 -Sky e 692-ClaroTV).