As galáxias geralmente são formadas por um buraco negro central, estrelas, e partículas de gás e poeira brilhando como uma cidade a noite, unidas por matéria escura. No entanto, pesquisadores da Academia Chinesa de Ciências em Pequim, descobriram uma galáxia muito estranha, ela é escura e não emite luz visível.
Na verdade, a galáxia que está a 94 milhões de anos-luz de distância da Terra, não emite quase luz nenhuma. Ela parece ser formada apenas por algumas estrelas e é majoritariamente formada por matéria escura.
A galáxia escura recebeu o nome de FAST J0139+4328 e sua descoberta será publicada na revista The Astrophysical Journal Letters, mas já encontra-se disponível para pré-impressão no arXiv.
Essas descobertas fornecem evidências observacionais de que FAST J0139+4328 é uma galáxia anã escura isolada. Esta é a primeira vez que uma galáxia escura isolada foi detectada no Universo próximo
Jin-Long, líder da pesquisa, em resposta a ScienceAlert
Matéria escura
A matéria escura é uma explicação para toda gravidade necessária para manter a matéria bariônica, ou normal, unida. As galáxias giram tão rápido que é impossível que somente a gravidade da matéria normal mantenha tudo junto.
A única forma de interação da matéria escura com a matéria bariônica é a gravidade, ela não emite nenhum tipo de radiação possível de detectar atualmente, o que a torna invisível aos olhos humanos. Mas teorizar a existência dela ajuda a solucionar questões que observamos.
No entanto, nem tudo é perfeito. Um dos principais problemas da matéria escura é sua distribuição no universo e o número de galáxias anãs orbitando em torno de galáxias maiores. Existe um número menor do que as simulações preveem.
Os pesquisadores chamam isso de problema da galáxia anã. A resposta pode ser que grande parte dela seja composta por poucas estrelas, gás e matéria escura. Encontrar uma boa quantidade desses objetos pode resolver esse problema.
Algumas candidatas foram encontradas, mas estão muito próximas de outras estruturas. Isso faz com que na verdade possam ser outros objetos como bolhas de detritos, ao invés de galáxias escuras. A candidata ideal para os pesquisadores, estaria sozinha e isolada no espaço profundo, sem que pudesse ser confundida.
A descoberta da galáxia escura
Para encontrar essa galáxia escura ideal, os cientistas usaram o Radiotelescópio Esférico de Abertura de Quinhentos metros (FAST) na China. Eles buscaram por emissões de rádio por grandes nuvens de gás hidrogênio atômico neutro (HI) que pudessem caracterizar uma galáxia.
Dessa forma eles encontraram a nuvem emitindo ondas de rádio que consistiram na descoberta da galáxia FAST J0139+4328. Observações em infravermelho e ultravioleta detectaram um baixo número de estrelas.
A partir dessas observações, os pesquisadores conseguiram definir algumas características da galáxia descoberta.
Agora espera-se que outros cientistas possam realmente confirmar se o objeto observado se trata mesmo de uma galáxia escura. Em 2016, a Dragonfly 44, foi descoberta e acreditava-se que ela era 99% composta de matéria escura, estudos posteriores mostraram que a galáxia era mais normal do que parecia.
Caso seja realmente comprovado ser uma galáxia escura, a FAST J0139+4328 pode nos ajudar a entender muitas coisas sobre o Universo.
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Fonte: Olhar Digital
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