No final de setembro do ano passado, a NASA fez a espaçonave DART colidir com asteroide Dimorphos para testar um sistema espacial de defesa planetária. A colisão foi observada por diversos telescópios e agora a Agência Espacial Norte-Americana anunciou que o James Webb não ficou de fora das observações da demonstração.
Em uma postagem recente de blog, Stefanie Milam, vice-cientista do projeto JWST, anunciou que foram necessários muitos esforços para que o observatório espacial pudesse observar o teste histórico de deflexão de rocha espacial.
A espaçonave foi lançada cerca de 10 meses antes de colidir com o asteroide em 26 de setembro de 2022. A sonda Double Asteroid Redirection Test (DART) possuía cerca de 570 quilos e foi o primeiro experimento de defesa planetária do tipo, para caso algum asteroide entre em rota de colisão com nosso planeta futuramente.
Limites do James Webb
O James Webb foi programado para observar objetos mais distantes e com movimento lento em relação ao observatório. O corpo mais rápido planejado para o telescópio acompanhar foi Marte, que viaja a 30 milisegundos de arco por segundo, uma medida usada para medir ângulos e o tempo que um objeto leva para percorrê-lo.
No entanto, a dupla de asteroides se encontrava 24 vezes mais perto da Terra, do que a distância média de Marte quando DART colidiu o Dimorphos. Portanto a distância angular, quando observada pelo James Webb, percorrida por segundo por ele era mais 3 vezes maior que a do planeta vermelho, cerca de 100 milissegundos de arco por segundo.
Para observar objetos em movimento, o observatório utiliza o seu Sensor de Orientação Fina (FGS), a câmera trava o sensor em uma estrela guia para observar o objeto em movimento. Quando o corpo se move muito rápido, o James Webb precisa ficar alternando entre estrelas guias para conseguir acompanhar o movimento, exigindo muita técnica. No caso do asteroide, a observação não precisou ser muito longa para que fosse exigido isso.
Colisão DART e Dimorphos
Para testar se o observatório seria capaz de acompanhar a colisão entre a DART e o Dimorphos, os pesquisadores realizaram testes em outro asteroide próximo à Terra, 2010 DF1, que se movia a 90 milissegundos de arco por segundo.
Se pudéssemos rastrear com sucesso este asteroide, sabíamos que poderíamos rastrear o evento de impacto do DART. Estávamos no limite com os testes sendo feitos apenas duas semanas antes da data do impacto do DART em Dimorphos!
Stefanie Milam, em postagem no blog
Esses testes no Webb, permitiram que o sensor de infravermelho próximo do observatório pudesse registrar o teste de deflexão. As observações ajudarão os cientistas a melhorar o sistema de colisão, para caso algum dia uma operação do tipo seja necessária.
A observação também permitiu que os astrônomos aumentassem a velocidade de rastreamento do James Webb para 75 milissegundo de arco por segundo. Mas caso seja necessário objetos em velocidades maiores podem ser observadas.
Fonte: Olhar Digital
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