Comunidade internacional segue enviando ajuda para auxiliar nas buscas por sobreviventes, contudo, sírios tem recebido menos suporte devido às sanções; surto de cólera preocupa as autoridades
O terremoto que atingiu a Síria e a Turquia na segunda-feira, 6, já matou mais de 21.700 pessoas, segundo o último balanço divulgado nesta sexta-feira, 10. Na Turquia, o governo local informou que foram contabilizados 18.342 óbitos – número supera o de abalo ocorrido em 1999 em Istambul – e 72.242 pessoas ficaram feridas. Na Síria, o número de vítimas fatais chegou a 3.377. Na somatória, já são 21.719 mortos. Apesar do otimismo em encontrar sobreviventes diminuir após 72 horas – tempo que as autoridades consideram crucial para encontrar pessoas com vida -, as equipes de resgatem seguem buscando os desaparecidos entre os escombros. Nesta sexta, mais ajuda humanitária chegou à Turquia, que já conta com centenas de voluntários de diversos países que foram ajudar nos resgates. Contudo, a Síria segue sofrendo com a falta de ajuda, pois o país, que está em guerra há 12 anos, é alvo de sanções da comunidade internacional, dificultando o envio de ajuda, principalmente que a Organização das Nações Unidas (ONU) só consegue enviar auxílio para as zonas controladas por rebeldes no noroeste do país através de Bab al Hawa, na fronteira com a Turquia.
A diplomacia turca afirmou que está trabalhando para abrir outros dois pontos de passagem “com as regiões sob controle do governo sírio, por razões humanitárias”. O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, pediu ao Conselho de Segurança que autorize a abertura de novas passagens de ajuda humanitária entre os países. “Este é o momento da unidade, não é o momento de politizar ou dividir. É óbvio que precisamos de muito apoio”, disse. Na quarta-feira, o governo sírio solicitou oficialmente a assistência da UE e a Comissão Europeia pediu aos Estados-membros que apresentassem uma resposta positiva. A Organização Mundial da Saúde (OMS) calcula que 23 milhões de pessoas estão “potencialmente expostas, incluindo cinco milhões que são vulneráveis”. Eles temem uma crise de saúde. As organizações humanitárias expressaram preocupação com uma eventual propagação da cólera, doença que voltou a ser registrada na Síria. Além do sombrio balanço humano, a agência de classificação financeira Fitch calcula que os danos econômicos devem superar US$ 2 bilhões, com a probabilidade de alcançar US$ 4 bilhões.
A situação, agravada por um frio glacial, levou o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), que está em luta armada contra o exército turco desde 1984, a anunciar nesta sexta-feira a suspensão temporária de suas “operações” na Turquia. “Milhares dos nossos cidadãos continuam sob os escombros. Todos devem ser mobilizados e usar todos os seus recursos”, declarou Cemil Bayik, comandante do movimento citado pela agência Firat, próxima ao PKK. A população segue cada dia mais irritada com a resposta do governo, a qual consideram como insuficiente e tardia. Acusação reconhecida pelo presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, que confirmou que houve deficiências. O terremoto foi o mais intenso na Turquia desde 1939, quando 33.000 pessoas morreram na província de Erzincan (leste). De acordo com os balanços oficiais mais recentes, o terremoto, de 7,8 graus de magnitude e que foi acompanhado por mais de 100 tremores secundários.
Fonte: Jovem Pan News
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