Programado para apenas cinco voos experimentais, o helicóptero Ingenuity, da NASA, ultrapassou (e muito) o plano inicial. O pequeno drone de 1,8 kg acaba de voar pela 42ª vez em Marte.

O voo aconteceu no dia 4 de fevereiro e foi divulgado – e muito comemorado – pelo Laboratório de Propulsão a Jato (JPL) da agência no Twitter na última terça-feira (7).

“42: o sentido da vida, do universo e de tudo”, diz a postagem, fazendo uma piada em referência à teoria difundida pelo livro “O Guia do Mochileiro das Galáxias”, de Douglas Adams, de 1979, (e séries e filmes relacionados) que diz que um supercomputador descobriu que esse número é a resposta para tudo.

Ainda de acordo com o post, na ocasião, o Ingenuity viajou 248 m através da superfície marciana por 137,17 segundos a uma altitude máxima de 10 m. Segundo o site oficial da missão, o feito foi alcançado com uma velocidade máxima do solo de 6,7 mph (10,7 km / h).

O helicóptero Ingenuity acaba de completar seu 42º voo em Marte, superando em muito as expectativas. Créditos: NASA/JPL-Caltech

Navegador do rover Perseverance em Marte

O Ingenuity pousou com o rover Perseverance na Cratera Jezero em fevereiro de 2021, região de aproximadamente 45 km de largura que, segundo estudos, hospedou um lago e um delta de rio bilhões de anos atrás. Isso a torna um local propício para o rover, que caça sinais de vida e armazena amostras de solo marciano para análise.

Durante sua missão estendida, o helicóptero Ingenuity está fazendo um trabalho de exploração para o “Percy”, ajudando a equipe da missão a planejar rotas e escopos de potenciais alvos científicos. 

E o trabalho do pequeno helicóptero também está lançando as bases para feitos aéreos marcianos ainda maiores no futuro. Segundo os engenheiros do JPL, existem planos para sucessores maiores e mais potentes para explorar Marte de forma autônoma. 

Todas as comunicações do helicóptero Ingenuity com a Terra (e vice-versa) passam pelo Perseverance. “A esperança é que um futuro helicóptero de Marte possa voar quilômetros sem amarras a um rover e carregar seus próprios instrumentos científicos”, disse Jaakko Karras, vice-líder de operações no JPL em entrevista ao site Space.com. “Achamos que há muitas oportunidades científicas nisso”.