“Mar calmo nunca fez bom marinheiro”, diz o ditado popular. Em Paris, as águas tortuosas serão colocadas à prova mais uma vez, num roteiro cíclico que envolve o PSG: viciado em se autosabotar antes de grandes decisões.
Como se não bastasse o tamanho do desafio na Liga dos Campeões, diante do Bayern, o PSG conseguiu transformar, no intervalo de três dias, uma preparação tranquila no pior momento do clube na temporada. As primeiras duas derrotas seguidas em 2022/23 foram logo no clássico, para o Olympique de Marseille, que culminou na eliminação da Copa da França, e depois para o Monaco, em jogo válido pela Liga Francesa.
No cenário atual, o PSG vai para o jogo de terça-feira com quatro derrotas nas 10 partidas que disputou em 2023. O curioso, ainda por cima, é que o clube foi o único a encerrar o ano invicto na temporada, até então com 19 vitórias e quatro empates. O Bayern, por outro lado, é quem chega no melhor momento entre todos os clubes que compõem as oitavas de final: são 19 jogos de invencibilidade.
A fragilidade do ambiente do Paris Saint-Germain foi escancarada, mais uma vez, pelos jornais franceses. Após a derrota dos parisienses para o Monaco, o time foi cobrado no vestiário pelo diretor esportivo português Luís Campos, mas as coisas não correram exatamente bem.
De acordo com o Le Parisien, A cobrança de Campos não foi bem encarada pelos brasileiros Neymar e Marquinhos, e houve uma discussão em “alto tom”. O time estava desfalcado de Mbappé e Messi e sofreu com falhas defensivas, num jogo que foi completamente dominado pelo Monaco – o PSG deu um único chute a gol, que resultou no gol solitário de Zaïre-Emery na derrota por 3 a 1. Neymar, inclusive, se desentendeu durante o jogo com os companheiros Ekitiké e Vitinha.
Um dia após a discussão, já surge pela Europa a notícia, que sempre parece repetida, de que o PSG decidiu vender Neymar. O jornal AS, da Espanha, diz que o clube planeja vender o camisa 10, independente de seu bom rendimento.
Em números, Neymar vive sua segunda melhor temporada desde que chegou ao PSG, com 17 gols e 15 assistências em 27 jogos. É o jogador mais influente do clube, com 32 participações diretas em gols, contra 31 de Mbappé e 29 de Messi. Se “mar bom nunca fez um bom marinheiro”, Neymar pode mostrar que é um bom capitão, ou melhor, timoneiro, e devolver o clube à rota. Quem sabe, uma vitória sobre o Bayern já não traz um horizonte mais tranquilo e menos especulativo na capital francesa.
Fonte: Ogol
Comentários