Nesta segunda-feira (13), a agência espacial russa, Roscosmos, divulgou a primeira imagem da fonte do vazamento no radiador a bordo da espaçonave Soyuz MS-22, ancorada na Estação Espacial Internacional (ISS), que aconteceu em dezembro.

Entenda:

Imagem compartilhada no Telegram pela agência espacial russa, Roscosmos, mostrando o ponto de um vazamento de líquido refrigerador causado por um suposto choque de meteoroide. Crédito: Roscosmos via Telegram

A foto foi publicada pela Roscosmos no Telegram e mostra evidências de danos externos daquilo que a agência acredita ter sido provocado pelo impacto de um meteoroide. “Uma imagem do buraco no radiador do sistema de termorregulação da nave, capturada com a câmera no manipulador no segmento americano da ISS”, diz a legenda.

Segundo o site Space.com, até que a causa do acidente seja descoberta, a Roscosmos adiou o lançamento de uma espaçonave substituta, a Soyuz MS-23, até março.

De acordo com a NASA, a cápsula Soyuz MS-22 danificada – que levou o astronauta norte-americano Frank Rubio e os cosmonautas russos Sergey Prokopyev e Dmitry Petelin para a ISS em setembro passado – não representa perigo para o laboratório em órbita ou seus tripulantes. 

No entanto, a nave não foi considerada segura o bastante para trazer os astronautas de volta à Terra, exceto no caso de ocorrer uma emergência a bordo da estação. Se uma evacuação se fizer necessária antes da chegada da cápsula MS-23, Prokopyev e Petelin voltarão para casa na própria MS-22. 

Já Rubio, nesse caso, retornaria à Terra em uma cápsula Dragon da SpaceX, junto com outros quatro astronautas, com a transferência de um assento da MS-22. Isso porque ter uma terceira pessoa dentro da Soyuz sem líquido de arrefecimento durante a passagem ardente pela atmosfera do nosso planeta é considerado arriscado.

Segundo informado por um comunicado da NASA, a cápsula Endurance (que levou os astronautas da missão SpaceX Crew-5 ao espaço) já está sendo modificada em órbita para transportar um astronauta extra de volta para a Terra, se necessário.

Um ano na Estação Espacial Internacional

Inicialmente, o lançamento da nave Soyuz MS-23 estava programado para acontecer no dia 20 de fevereiro, conforme informado pelo chefe da Roscosmos, Yuri Borisov. 

Mesmo com esse atraso em razão das investigações, os planos não mudam: a cápsula será lançada como nave de carga, levando alguns suprimentos para a estação, e voltará para a Terra com os tripulantes da MS-22 a bordo.

Aliás, esse pequeno adiamento no lançamento da cápsula Soyuz MS-23 não é nada perto da prorrogação que o incidente implicou na missão MS-22. 

Originalmente, os três astronautas ficariam seis meses morando e trabalhando na ISS – ou seja, eles voltariam para casa em março. Agora, isso deve acontecer seis meses mais tarde. Em razão disso, eles vão passar em torno de um ano no laboratório orbital.

O plano é que Frank, Dimitri e Sergey continuem a bordo por mais um tempo até voltarem para casa, provavelmente no fim de setembro

Dina Contella, gerente de integração de operações da ISS na NASA, durante uma coletiva de imprensa no mês passado.

E por que isso? Pelo fato de que, como dito, a próxima Soyuz será lançada sem tripulação para trazê-los para casa. Se Rubio, Prokopyev e Petelin retornassem à Terra em março nesse veículo, a ISS ficaria com falta de pessoal até que uma nova missão Soyuz tripulada pudesse ser preparada para a decolagem.

Embora a missão Crew-6, da SpaceX, esteja programada para ser lançada no dia 26 deste mês, levando mais quatro astronautas para a ISS, os tripulantes da Crew-5 já vão retornar à Terra alguns dias depois disso.