Sensação da fase de grupos da Liga dos Campeões, onde era azarão, mas se classificou para o mata-mata deixando para trás os mais poderosos Atlético de Madrid e Bayer Leverkusen, o Club Brugge tenta provar nesta quarta-feira (15) que pode fazer ainda mais. O rival que precisa ser superado por um inédito lugar nas quartas de final é o Benfica.
A campanha do Club Brugge, até aqui, é próxima do que pode-se considerar histórica. Fora do circuito das principais ligas europeias, a Bélgica teve como último representante no mata-mata da Champions o Gent, que em 2015/16 chegou nas oitavas, mas caiu de cara para o Wolfsburg. No formato atual da disputa, composto por uma fase de grupos e que vem desde o início da década de 1990, nunca um clube belga foi além das oitavas de final.
A realidade do futebol belga nas últimas décadas passa muito longe do topo da Europa. O país, porém, já foi finalista da Liga dos Campeões, ou da Copa dos Campeões Europeus, como era conhecida no passado.
Na temporada 1977/78, o próprio Club Brugge foi finalista da disputa, que era mais curta e toda em formato eliminatório. A equipe passou por KuPS (Finlândia), Panathinaikos (Grécia), Atlético de Madrid (Espanha), Juventus (Itália) e só caiu na final para o Liverpool, em jogo decidido por Kenny Dalglish, que fez o gol da vitória por 1 a 0.
Fora do histórico vice do Club Brugge, as melhores campanhas de belgas na Champions vêm sempre do tradicional Anderlecht, que vive hoje uma crise. No passado, o Anderlecht foi duas vezes semifinalista e também chegou quatro vezes nas quartas de final do torneio. Desde a década de 1990, porém, o time nunca avançou da fase de grupos.
Apesar de todo contexto histórico, que ilustra a importância e o tamanho do confronto com o Benfica para o Brugge, a situação de momento do time é bastante complicada. Depois de ser sensação da Liga dos Campeões, o clube enfrentou péssima fase e já até mudou de treinador.
O treinador Carl Hoefkens foi demitido na virada de ano, depois de uma sequência de resultados ruins que começou na própria Champions. O clube foi goleado pelo Porto, por 4 a 0, rival que eles próprios haviam goleado antes pelo mesmo placar. A classificação só veio pela boa arrancada inicial, já que a participação na fase de grupos foi encerrada com um empate sem gols com o Leverkusen.
Com atenção voltada à Liga Belga, o clube ainda acumulou mais alguns jogos sem vencer e Hoefkens não resistiu no cargo. O inglês Scott Parker assumiu em meio a crise e o clube chegou a acumular uma sequência de sete jogos sem vencer – na verdade, ganhou apenas um dos últimos dez. Agora, contra o Benfica, Parker tenta virar a maré ruim – quem sabe por um inédito lugar nas quartas de final, mas também pela sequência de temporada.
Nem o mais otimista dos torcedores do Club Brugge deve acreditar numa longa vida na Champions. Porém, mesmo se voltar a atenção só para o Campeonato Belga, o clube já se descolou dos três primeiros lugares e precisa superar a crise para, ao menos, se classificar para o play-off da disputa do título, do qual é o atual tricampeão.
Fonte: Ogol
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