Conforme noticiado pelo Olhar Digital, dois terremotos devastadores atingiram a Turquia e a Síria na manhã de 6 de fevereiro, contabilizando, até agora, mais de 41 mil mortos. A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que esse número pode passar de 100 mil.

Entre as milhares de pessoas resgatadas dos escombros com vida, no entanto, um outro tipo de catástrofe se faz presente: a escassez de água potável, que, segundo órgãos internacionais de saúde, representa enorme risco à saúde pública.

“Não conseguimos enxaguar desde o terremoto”, disse Mohammad Emin, um estudante de design gráfico de 21 anos, enquanto trazia remédios para gripe de uma clínica em um estádio ao ar livre que serve como acampamento para vítimas em Kahramanmaras.

Com grande parte da infraestrutura de saneamento da região danificada ou inoperante em virtude dos dois terremotos de magnitude 7,8 e 7,6 na segunda-feira passada, as autoridades de saúde turcas têm a difícil missão de tentar garantir que os sobreviventes, muitos deles desabrigados, fiquem livres de doenças.

Segundo Akin Hacioglu, um dos cerca de 20 médicos que estão atendendo na clínica improvisada, cerca de 10 mil pessoas são assistidas por dia. No atendimento, os sobreviventes recebem vacinas contra tétano e itens de higiene pessoal, como xampu, sabonete e desodorante. 

Emin, no entanto, revelou que não havia chuveiros no acampamento ou perto dele e que os seis banheiros do estádio não eram suficientes para atender à grande demanda.

Até hoje, ele não conseguiu tomar banho nem trocar de roupa, assim como vários outros residentes do campo com quem a agência de notícias Reuters conversou.

Em Antakya, município mais ao sul em direção à fronteira com a Síria, há um número maior de banheiros químicos disponíveis do que nos primeiros dias após o terremoto, mas ainda são necessários mais.

Batyr Berdyklychev, representante da OMS na Turquia, declarou que “a escassez de água aumenta o risco de doenças transmitidas pela água e surtos de doenças transmissíveis”.

Segundo ele, a organização está trabalhando com as autoridades locais para intensificar o monitoramento de doenças transmitidas pela água, gripe e Covid-19 entre os evacuados, acrescentou.

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