Uma investigação conjunta feita por repórteres de 30 órgãos de comunicação revelou nesta quarta-feira (15) como um grupo israelense chamado Team Jorge agia para manipular o resultado de várias eleições pelo mundo por meio de ciberataques, sabotagem e desinformação.
Segundo o The Guardian, o grupo era comandado por Tal Hanan, um ex-agente das forças especiais de Israel — que atuou por décadas usando o pseudônimo “Jorge” e trabalhou secretamente em mais de 33 campanhas eleitorais (incluindo presidenciais).
Agora, começam a surgir os primeiros desdobramentos sobre o caso.
Team Jorge e Cambridge Analytica já trabalharam juntos
O ex-agente israelense coordenou em conjunto com a polêmica empresa de consultoria política britânica um plano para manipular a eleição presidencial da Nigéria em 2015. Segundo o The Guardian, o executivo-chefe da empresa na época, Alexander Nix, e outros parceiros coordenaram uma campanha secreta para reeleger Goodluck Jonathane desacreditar seu rival, o então líder da oposição Muhammadu Buhari.
Nas imagens secretas filmadas por três repórteres que se apresentaram como possíveis clientes do Team Jorge, Hanan mostrou como, no dia das eleições, os líderes do partido de Buhari tiveram seus telefones bloqueados.
O líder do Team Jorge disse que também conseguiu impulsionar a publicação de uma reportagem sobre mulheres sendo excluídas das eleições, “criando um grande escândalo” no país que terminou com o adiamento da votação, “o que era nosso objetivo” — a eleição presidencial nigeriana, prevista para 14 de fevereiro de 2015, sofreu atraso de seis semanas.
A funcionária da Cambridge Analytica disse ao The Guardian que ficou “surpresa”: “Nunca tinha visto isso antes (…) eu não sabia o que eles estavam fazendo até que já tivesse sido feito”.
No fim, Jonathan ainda assim acabou perdendo a eleição presidencial na Nigéria. Já a Cambridge Analytica, que também trabalhou na campanha de Donald Trump em 2016, mais tarde foi forçada a fechar após a revelação de um escândalo envolvendo a coleta de dados de milhões de perfis do Facebook para direcionar publicidade política.
Imagem principal: AlexandraPopova/Shutterstock
Via: The Guardian
Fonte: Olhar Digital
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