Construído pelo Laboratório de Propulsão a Jato (JPL) da NASA a um custo de US$2,2 bilhões, e lançado em 30 de julho de 2020, o rover Perseverance pousou em Marte às 17h55 (horário de Brasília) do dia 18 de fevereiro de 2021, portanto, está comemorando exatos dois anos de trabalho – e mudando a maneira como olhamos para o Planeta Vermelho.
O Perseverance está investigando a Cratera Jezero – uma região de Marte onde o ambiente antigo pode ter sido favorável para a vida microbiana – e sondando as rochas marcianas em busca de evidências de vida passada. O rover carrega um subsistema inteiramente novo para coletar e preparar rochas marcianas e amostras de sedimentos, incluindo uma broca de perfuração em seu braço e um rack de tubos de amostra de titânio em seu chassi.
Comunicado da NASA
Destaques nesses dois anos de missão:
É ótimo poder fazer história e tornar possível uma campanha como a Mars Sample Return. O que nos motiva como engenheiros e cientistas explorando outro planeta é a oportunidade de aprender mais.
Jessica Samuels, gerente da missão de operações de superfície do Perseverance no JPL.
Após um período de testes de pouco menos de um mês, o aniversariante começou suas operações científicas em 13 de março de 2021. A missão: procurar por sinais da existência de vida passada na superfície marciana, mais especificamente em seu local de pouso, a Cratera Jezero, que já foi um antigo lago.
Para executar essa e outras tarefas, o rover é equipado com os seguintes instrumentos:
Maior rover que já chegou a Marte
Desde o início de seus trabalhos, “Percy” (apelido dado pelos engenheiros) se manteve bem ocupado: ajudou nos testes de seu companheiro de missão Ingenuity, o primeiro helicóptero a voar em outro planeta, e coletou uma série de amostras do solo marciano, embora nem sempre com sucesso, que serão trazidas de volta à Terra em uma missão futura conjunta entre a NASA e a Agência Espacial Europeia (ESA), a Mars Sample Return.
Durante esses dois anos, enquanto seguia com sua busca por amostras, o veículo de 1.025 kg (o maior rover que já chegou a Marte) executou outras tarefas, como captar o som ambiente do planeta.
Ele também já fez várias selfies e chegou a produzir oxigênio em um experimento pioneiro que pode auxiliar futuras missões tripuladas ao nosso vizinho mais cobiçado.
Perseverance descobriu moléculas orgânicas em solo marciano
Não podemos deixar de mencionar as cenas curiosas que o rover fotografou em Marte, como uma rocha em formato de cobra, um eclipse solar, os restos de seu próprio equipamento de pouso e até mesmo “uma porção de espaguete”.
Há alguns meses, ele descobriu que Marte não é completamente “vermelho”, ao detectar areia verde na superfície do planeta.
Um dos feitos de maior relevância, no entanto, foi a identificação de moléculas orgânicas por lá – um sinal de que Marte já abrigou vida em algum momento de sua história? Isso, só as análises dos cientistas feitas ao longo do tempo poderão confirmar.
Por falar em tempo, estaria o Perseverance perto de se aposentar? Teoricamente, sim, já que ele foi projetado para trabalhar durante um ano marciano (o equivalente a 687 dias terrestres – completados em 6 de janeiro deste ano).
No entanto, no dia seguinte a esse marco, teve início a missão estendida do rover, que pode ser bem longa. Se tomarmos seu primo Curiosity como exemplo (há mais de 10 anos na ativa), Percy ainda tem muito o que trabalhar e descobrir em Marte.
Fonte: Olhar Digital
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