Um grupo de pesquisadores da Arábia Saudita fez uma reconstrução facial 3D de uma mulher nabateia a partir de restos mortais encontrados em uma tumba de 2000 anos de idade. Essa foi a primeira vez que um indivíduo dessa civilização, um antigo povo semita ancestral dos árabes, passa por esse processo.

Batizada de Hinat, ela estava enterrada em Hegra, um Patrimônio Mundial da UNESCO que fica na antiga cidade de Alula.

Hinat, a mulher nabateia que teve seu rosto reconstruído digitalmente, está em exposição em um museu na Arábia Saudita. Crédito: Sabq Newspaper 2023

Detalhes sobre a mulher nabateia reconstruída digitalmente: 

Para realizar a reconstrução do rosto da mulher, os artistas forenses usaram uma tomografia computadorizada para fazer um modelo 3D do crânio. Depois, eles imprimiram em silicone o rosto aproximado de Hinat.

Em exposição no Hegra Welcome Center, em Alula, o resultado mostra uma mulher de pele escura e cabelos cobertos por um lenço.

Civilização nabateia

A civilização nabateia foi um povo que viveu na antiga Rota de Comércio de Incenso (região norte da Arábia, o sul da Jordânia e Canaã). A estrada ligava o sul da Arábia ao Mediterrâneo, o que fez o povo nabateu ganhar destaque no comércio internacional por volta do século 6 AEC (o que o calendário cristão costuma chamar de Antes de Cristo).

Os nabateus são um tanto misteriosos: sabemos muito, mas ao mesmo tempo, muito pouco, porque eles não deixaram nenhum texto ou registro literário. Escavar esta tumba foi uma oportunidade maravilhosa para aprender mais sobre a ideia deles sobre a vida após a morte.

 Laila Nehmé, arqueóloga líder do projeto, em resposta à National Geographic

Não existem muitos registros escritos ou genéticos do povo nabateu, por isso, os pesquisadores tomaram algumas liberdades criativas para a reconstrução de Hinat. Algumas características da mulher foram determinadas por dados históricos arqueológicos, além dos vestígios na tumba.

Por essa razão, segundo o site Live Science, outros arqueólogos têm questionado a precisão da reconstrução, alegando que faltam mais dados e interpretações científicas na aproximação facial.

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