No sábado (18), a Roscosmos, agência espacial russa, anunciou que planeja lançar a missão Soyuz MS-23 à Estação Espacial Internacional (ISS) ainda esta semana para trazer para casa três astronautas cujo veículo de retorno sofreu um grave vazamento de líquido refrigerador devido ao impacto de um pequeno meteoroide.
Entenda:
“O lançamento está previsto para 24 de fevereiro”, disse um porta-voz da Roscosmos à agência de notícias AFP. A decolagem, que será a partir do espaçoporto de Baikonur, no Cazaquistão, está prevista para às 6h34 da manhã pelo horário local, o que significa que, pelo horário de Brasília, será na noite de quinta-feira (23), às 21h34.
Para que tudo isso se confirme, uma comissão do governo precisa aprovar a nova data – algo que, segundo o informante da Roscosmos, já está praticamente certo.
A cápsula Soyuz MS-23 será lançada como nave de carga, levando alguns suprimentos para a estação, e voltará para a Terra com os tripulantes da espaçonave Soyuz MS-22 a bordo.
Originalmente marcado para esta segunda-feira (20), o lançamento foi adiado em razão de outro vazamento detectado em uma espaçonave russa ancorada na ISS, desta vez, um cargueiro de suprimentos.
Por causa do incidente (e também para aprofundamento das investigações sobre o ocorrido na nave que vazou primeiro), essa cápsula de carga, chamada Progress 82, foi desacoplada do laboratório orbital no domingo (19), para os técnicos tocarem, aqui da Terra, as investigações acerca do vazamento.
No caso da cápsula MS-22, isso não pôde ser feito tão de imediato, já que o veículo precisou se manter atracado à ISS para o caso de alguma situação emergencial forçar a evacuação da estação e os astronautas precisarem dela para voltar para a Terra (mesmo danificada).
A Soyuz MS-22 levou os cosmonautas russos Dmitry Petelin e Sergei Prokopyev e o astronauta da NASA Frank Rubio para a ISS em setembro.
No entanto, a nave não foi considerada segura o bastante para trazer os astronautas de volta à Terra, exceto, como dito acima, no caso de ocorrer uma emergência a bordo da estação. Se uma evacuação se fizer necessária antes da chegada da cápsula MS-23, Prokopyev e Petelin voltarão para casa na própria MS-22.
Já Rubio, nesse caso, retornaria à Terra em uma cápsula Dragon da SpaceX, junto com outros quatro astronautas, com a transferência de um assento da MS-22. Isso porque ter uma terceira pessoa dentro da Soyuz sem líquido de arrefecimento durante a passagem ardente pela atmosfera do nosso planeta é considerado arriscado.
Segundo informado por um comunicado da NASA, a cápsula Endurance (que levou os astronautas da missão SpaceX Crew-5 ao espaço) seria modificada em órbita para transportar um astronauta extra de volta para a Terra, se necessário.
Um ano na Estação Espacial Internacional
Esse pequeno atraso de quatro dias no lançamento da cápsula Soyuz MS-23 não é nada perto da prorrogação que o incidente implicou na missão MS-22.
Inicialmente, os três astronautas ficariam seis meses morando e trabalhando na ISS – ou seja, eles voltariam para casa em março. Agora, isso deve acontecer seis meses mais tarde. Em razão disso, eles vão passar em torno de um ano no laboratório orbital.
O plano é que Frank, Dimitri e Sergey continuem a bordo por mais um tempo até voltarem para casa, provavelmente no fim de setembro
Dina Contella, gerente de integração de operações da ISS na NASA, durante uma coletiva de imprensa no mês passado.
E por que isso? Pelo fato de que, como dito, a próxima Soyuz será lançada sem tripulação para trazê-los para casa. Se Rubio, Prokopyev e Petelin retornassem à Terra em março nesse veículo, a ISS ficaria com falta de pessoal até que uma nova missão Soyuz tripulada pudesse ser preparada para a decolagem.
Embora a missão Crew-6, da SpaceX, esteja programada para ser lançada no dia 26 deste mês, levando mais quatro astronautas para a ISS, os tripulantes da Crew-5 já vão retornar à Terra alguns dias depois disso.
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Fonte: Olhar Digital
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