Atropelamento de animais em rodovia é assunto sério. Além do susto, a batida de um carro em alta velocidade contra um animal pode ser fatal para os ocupantes do veículo. Manter a velocidade indicada pela sinalização da via, redobrar a atenção em estradas que cortam reservas florestais ou vegetações densas pode diminuir em até 70% o risco de atropelamento, de acordo com Policia Militar Ambiental (PMA).
Em casos de acidente, quando não há vítimas, a recomendação é, em segurança, com o local sinalizado, retirar o animal morto da estrada para evitar outras ocorrências ou acionar o Batalhão da Polícia Militar Rodoviária (BPMRv), responsável pela segurança da rodovia. Quando o animal estiver apenas ferido, a PMA deve ser acionada para fazer o resgate e recolhimento.
De acordo com dados da PMA, em 2021, foram resgatados nas rodovias que cortam o Estado 75 animais atropelados. Já no perímetro urbano foram 54. Todos levados para o Centro de Recuperação de Animais Silvestres (CRAS), em Campo Grande.
O tenente-coronel Ednilson Paulino Queiroz da PMA explica que ao atropelar um animal, se não houver feridos no veículo, o motorista deve sempre se atentar à sinalização e segurança, em seguida tentar retirar a carcaça do animal da rodovia para evitar outros incidentes. “Se for um animal pequeno, com cuidado, retire o animal da pista, mas somente depois de estacionar o veículo em local seguro e sinalizar de forma correta para que outros motoristas possam visualizar o ocorrido”, ressaltou.
Quando o acidente acontece com animais de grande porte, e devido ao seu peso o motorista tiver dificuldade de retira-lo da estrada sozinho, o coronel explica que, pelo perigo que uma carcaça de animal pode oferecer no meio de uma rodovia, o melhor a se fazer é pedir ajuda a outros motoristas.
“Sempre em segurança, com o veículo estacionado em local seguro e com a sinalização adequada, o melhor a se fazer é pedir que outro motorista ajude a retirar o animal, já que um animal morto na rodovia pode provocar outros acidentes. A Polícia Rodoviária também pode ser acionada, mas devido ao deslocamento da equipe até o local do acidente, outros acidentes podem acontecer, por isso, quando possível, retirar o animal é o mais indicado”, aleta.
Nas rodovias, o atropelamento de animais não se configura como crime, mesmo que o animal morra. A omissão de socorro também não está descrita como uma infração. No entanto, o bom senso pede que, se possível, o animal seja resgatado. “A Polícia Militar Ambiental é quem faz o resgate dos animais, mas as pessoas podem ligar para o 190 que nós seremos acionados”, explica.
De acordo com a equipe de atendimento do CRAS, os atropelamentos, na maioria das vezes, são fatais para os animais, mas ainda assim muitos chegam ao Centro para serem reabilitados. Conforme os veterinários, filhotes também são levados ao local, após as mães morrerem ao tentar cruzar as rodovias.
Estrada Viva
Além da ameaça à vida, outro grande problema é que muitos destes animais silvestres que morrem atropelados estão em extinção, como tamanduás bandeiras. Para mitigar estas mortes nas rodovias, o Governo do Estado, por intermédio da Secretaria de Estado de Infraestrutura e Logística (Seilog), desenvolveu o programa Estrada Viva – a fauna pede passagem – programa permanente de monitoramento e ações de redução de atropelamento de animais silvestres nas rodovias MS 040, MS 178, MS 382, MS 339, MS 345 e MS 450.
O programa “Estrada Viva”, desenvolvido desde 2016 em parceria com o Centro de Estudo em Meio Ambiente e Áreas Protegidas da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (Cemap/UEMS), cataloga as espécies atropeladas e identifica os principais pontos de passagem dos animais para propor medidas preventivas e de mitigação dos incidentes.
Luciana Brazil, Sejusp
Foto: Edemir Rodrigues/Arquivo
O programa “Estrada Viva”, desenvolvido desde 2016 em parceria com o Centro de Estudo em Meio Ambiente e Áreas Protegidas da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (Cemap/UEMS), cataloga as espécies atropeladas e identifica os principais pontos de passagem dos animais para propor medidas preventivas e de mitigação dos incidentes.
Luciana Brazil, Sejusp
Foto: Edemir Rodrigues/Arquivo
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