Em novo estudo, cientistas britânicos comprovaram que a Covid longa provoca danos duradouros a órgãos em três a cada cinco pacientes um ano após ter contraído a doença.
No Reino Unido, mais de 1,2 milhão de pessoas seguem com os sintomas e desdobramentos da Covid longa por um ano ou mais, de acordo com o Instituto Nacional de Estatísticas Britânico.
Nos EUA, pesquisadores relacionam a condição com vários desafios para a economia e o mercado de trabalho, ou seja, não só com a saúde pública. O Brasil, porém, não possuem estatísticas oficiais.
O estudo sobre os impactos duradouros nos órgãos dos pacientes foi realizado por pesquisadores da University College of London. Foram monitorados 536 pessoas, com idade média de 45 anos, entre 2020 e 2021, quando ainda não havia disponibilidade de vacinas no nível que há hoje.
Todos já conviviam com os problemas há ao menos seis meses e passaram por pelo menos uma ressonância magnética para avaliar a saúde de seus órgãos.
Alguns dos sintomas encontrados entre os estudados foram falta de ar, disfunção cognitiva e redução geral no nível de qualidade de vida.
O estudo não associou a Covid longa com a hospitalização de pacientes durante a fase aguda da doença. Apenas 13% dos estudados foram internados.
Analisando exames e dados clínicos, os cientistas descobriram que 62% dos voluntários, ou 331 do total, apresentaram danos duradores em algum de seus órgãos. O grupo seguiu com o acompanhamento e, depois de seis meses, os voluntários fizeram outra ressonância. O valor de pessoas com algum órgão afetado caiu, mas seguiu alto: 59%.
Três em cada cinco pessoas com Covid longa apresentam comprometimento em pelo menos um órgão, e uma em cada quatro apresenta comprometimento em dois ou mais órgãos, em alguns casos sem sintomas. O impacto na qualidade de vida e nos afastamentos do trabalho, principalmente nos profissionais de saúde, é uma grande preocupação para indivíduos, sistemas de saúde e economias.
Autores do estudo
Os seis órgãos mais afetados são fígado, coração, rim, pâncreas, pulmões e baço. Contudo, os pesquisadores não têm certeza se os comprometimentos serão permanentes, nem se algum nível de melhora será observado no futuro.
Eles continuarão a ser monitorados e ainda não se sabe o comportamento das variantes do SARS-CoV-2 seguirá o mesmo comportamento.
Com informações de The Conversation
Imagem destacada: Fusion Medical Animation/Unsplash
Fonte: Olhar Digital
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