Sérgio Ramos, de 36 anos, anunciou nesta quinta-feira que chegou ao fim seu ciclo na seleção espanhola. Em comunicado divulgado nas suas redes sociais (veja a íntegra traduzida no final da nota), ele afirmou que o atual treinador da Fúria, Luis de la Fuente, ligou e disse não contar com o zagueiro nos planos para o próximo ciclo.
“Na manhã de hoje recebi uma ligação do atual treinador que me comunicou que não conta e que não vai contar comigo, independentemente do nível que estiver ou como continue minha carreira”, diz logo no começo da nota. “Humildemente, creio que essa trajetória merecia terminar por uma decisão pessoal ou porque meu rendimento não estivesse a altura da nossa seleção e não por questões como idade ou outras razões”, segue em outro trecho.
A primeira convocação de Sérgio Ramos para defender a seleção aconteceu em 2005. Foi parte importante da geração que conquistou uma Copa do Mundo (2010) e duas Eurocopas (2008 e 2012) com um futebol que encantou o mundo. Defendeu a Roja por 180 jogos, sendo o último deles em 2021, nas Eliminatórias para o Mundial (do qual não fez parte) diante do Kosovo. Foram 35 gols marcados.
Ramos citou outros jogadores que, mesmo com idade avançada, seguem fazendo parte das suas respectivas seleções. Curiosamente, dois ex-companheiros de clube e um do PSG, atual time do zagueiro espanhol. “Olho com admiração e inveja para Modric, Messi, Pepe… a essência, a tradição, os valores, a meritocracia e a justiça no futebol. Infelizmente não será assim para mim, porque o futebol nem sempre é justo e o futebol nunca é só futebol”, afirma.
Na atual temporada, foram 32 jogos defendendo o Paris com dois gols marcados. No último ano, Ramos teve problemas com lesão e atuou por apenas 13 jogos – o que também tirou chances de estar junto da Espanha.
Chegou a hora, a hora de nos despedirmos da Seleção, nossa querida e empolgante Vermelha. Hoje pela manhã recebi uma ligação do atual Treinador que me disse que não conta e que não contará comigo, independentemente do nível que eu possa mostrar ou como eu continuar minha carreira esportiva. Com muito pesar, chega-se ao fim de um percurso que esperava que fosse mais longo e que terminasse com um sabor melhor na boca, a par de todos os sucessos que temos conseguido com o nosso Tinto. Acredito humildemente que esta trajetória mereceu terminar por uma decisão pessoal ou porque o meu desempenho não esteve à altura do que a nossa Seleção merecia, mas não pela idade ou outras razões que, sem as ter ouvido, tenho sentido. Porque ser jovem ou menos jovem não é uma virtude ou um defeito, é apenas uma característica temporária que não está necessariamente relacionada ao desempenho ou habilidade.
Olho com admiração e inveja para Modric, Messi, Pepe… a essência, a tradição, os valores, a meritocracia e a justiça no futebol. Infelizmente não será assim para mim, porque o futebol nem sempre é justo e o futebol nunca é só futebol. Por tudo isto, assumo com esta tristeza que vos quero partilhar, mas também de cabeça erguida e muito grato por todos estes anos e por todo o vosso apoio. Levo comigo memórias incríveis, todos os títulos pelos quais lutamos e festejámos juntos, e o enorme orgulho de ser o jogador espanhol com mais jogos. Esse escudo, essa camisa e essa torcida, todos vocês, me deixaram feliz. Vou continuar a torcer pelo meu país a partir de casa com a emoção do privilegiado que o conseguiu representar 180 vezes com orgulho. Obrigada do fundo do meu coração a todos vocês que sempre acreditaram em mim!
Fonte: Ogol
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