Há muito tempo, cientistas buscam melhorar os veículos para diminuir e até zerar a poluição. A primeira “tentativa” – e que segue até hoje como opção – foram os híbridos.
Os modelos disponíveis variam entre leves, médios e híbridos plug-in. O problema é que uma ONG europeia descobriu que eles não reduzem a emissão de poluentes tanto assim – na verdade, eles poluem mais do que as montadoras divulgam.
A Transport Environment (ONG europeia) contratou a Universidade Técnica de Graz, Áustria, para que esta testasse três dos modelos que mais são populares nesse segmento: o BMW Série 3, Peugeot 308 e Renault Mégane.
A universidade concluiu que as emissões reais de CO₂ dos híbridos plug-in (conhecidos como PHEV e que tem suas baterias carregadas na energia elétrica) são três vezes maiores do que as classificações divulgadas por suas respectivas montadoras.
A autonomia elétrica dos veículos também decepcionou, ficando aquém do esperado. O BMW ficou 26% abaixo do divulgado, enquanto no Peugeot, a redução foi de 47%.
Quando testados na rota suburbana, partindo com a bateria totalmente carregada e dirigindo no modo selecionado pelo PHEV, o Peugeot e o Renault emitiram de 1,2 a 1,7 vezes o dióxido de carbono oficial.
Estudo da Universidade Técnica de Graz
A ONG detalha que os dados mostram que, raramente, ou nunca, as baterias de muitos PHEVs são carregadas na tomada ou mesmo em carregador específico.
Segundo o estudo, quando testado com bateria vazia na cidade, as emissões de CO₂ ainda eram muito altas (cerca de 200 g/km) para o BMW e o Peugeot. Isso equivale às emissões do VW Tiguan convencional. Já o Renault teve emissões mais baixas, de 138 g/km.
Além disso, o alcance elétrico dos híbridos é baixo. O teste, realizado em Graz, mostrou que a entrega dos três modelos testados foi menor que 50 km. No Brasil, a autonomia dos PHEVs estão sendo revisadas para baixo – em comparação com as divulgadas pelas montadoras.
O BMW alcançou 36% a menos do que a alemã indica. Já o Peugeot foi pior: 4% a menos. Somente o Renault alcançou o que a francesa determina como sendo o verdadeiro alcance do Mégane.
O estudo deu algumas dicas sobre os PHEVs. Para os pesquisadores, esses veículos não podem ser tratados como se fossem zero poluidores. Os benefícios fiscais concedidos a PHEVs devem ser somente para veículos oficiais e baseadas na emissão de CO₂ no mundo real.
Ainda, os de propriedade privada não devem receber subsídios de compra. Locais nos quais onde isso existe deveriam basear os subsídios com base no alcance elétrico mínimo de 80 km, potência do motor elétrico igual à potência do à combustão, capacidade de carga rápida e emissão máxima de CO₂ em 139 g/km.
Eles ainda defendem, sem subsídios a veículos de empresas privadas, emissões oficiais de dióxido de carbono serem regularmente atualizadas com os dados reais. A opção de carregar o híbrido usando o motor à combustão precisa ser removida pelas montadoras e, por fim, elas devem educar e recompensar os motoristas de híbridos por dirigirem mais com o motor elétrico.
Com informações de UOL
Imagem destacada: GabrielPreda.ro/Shutterstock
Fonte: Olhar Digital
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