Um objeto de madeira encontrado em 1992 por arqueólogos em uma vala em Vindolanda, um forte auxiliar romano na região central da Inglaterra, pode ter sido usado para fins sexuais. É o que sugere uma pesquisa publicada esta semana na revista científica Antiquity.

Quando descoberto, o artefato em formato fálico levantou suspeitas de que poderia ter sido usado como pilão para moer alimentos e ervas medicinais ou um amuleto de boa sorte para “afastar o mal”.

O falo de madeira continha superfícies lisas em ambas as extremidades, indicando que tinha sido manuseado repetidamente ao longo do tempo. (Crédito da imagem: Vindolanda Trust)

No entanto, ao realizar varreduras 3D no objeto, os autores do novo estudo constataram que ambas as extremidades eram mais lisas em comparação com o resto da peça, indicando que ele havia sido usado repetidamente ao longo do tempo. Uma hipótese seria que ele pudesse fazer parte de um estátua maior na qual as pessoas que passavam por ela tocavam para adquirir sorte ou proteção contra infortúnios.

Com 17 cm de comprimento, o objeto foi encontrado na vala junto com outros itens, como roupas, sapatos, acessórios, ferramentas e resíduos de artesanato, como pedaços de couro e chifres decorados. Esses itens datam do século 2, período em que os romanos ocupavam a ilha da Grã-Bretanha.

Segundo os autores do artigo, o objeto é, provavelmente, o “primeiro exemplo conhecido de um falo desincorporado não miniaturizado feito de madeira no mundo romano”. Ou, trocando em miúdos: um dos primeiros brinquedos sexuais da era moderna.

Sabemos que os antigos romanos e gregos usavam implementos sexuais – este objeto de Vindolanda poderia ser um exemplo de um

 Robert Collins, professor sênior do departamento de arqueologia da Universidade de Newcastle, na Inglaterra, principal autor do estudo.

Objetos fálicos no mundo antigo

De acordo com o site Live Science, objetos fálicos eram comuns no Império Romano e sempre eram retratados em pinturas, mosaicos, itens de cerâmica ou como cabos de faca. Peças menores nesse formato, esculpidas em osso ou pedra, também eram usadas ao redor do pescoço como pingentes de colares. Isso porque os antigos romanos acreditavam que esses símbolos poderiam “proteger contra a má sorte”, de acordo com o comunicado.

“Não podemos ter certeza de seu uso pretendido, em contraste com a maioria dos outros objetos fálicos que fazem uso simbólico dessa forma para uma função clara, como um amuleto de boa sorte”, disse Robert Collins, autor do estudo, em comunicado.

Esse falo de madeira está atualmente em exposição no museu de Vindolanda.

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