Os rastros do garimpo de ouro na Terra Indígena Yanomami em Roraima são muito maiores que os previstos inicialmente. Novas imagens capturadas via satélite comprovam que a destruição causada por essa prática ilegal foi três vezes maior que o estimado, afetando – pelo menos – um terço das aldeias nessa região.

Essa análise foi realizada graças ao Amazon Mining Watch (AMW), o novo monitor de mineração da Amazônia. Ele foi desenvolvido pela Pulitzer Center em parceria com a Earthrize Media.

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A ferramenta captou a destruição de 1.226 hectares de floresta amazônica na Terra Yanomami entre os anos de 2021 e 2022, o que representa o triplo do divulgado inicialmente pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais. Os dados do Inpe são baseados no Deter (Sistema de Detecção do Desmatamento em Tempo Real), que havia contabilizado 418 hectares desmatados pelo garimpo nesse período. 

As marcações em azul são as regiões de garimpo descobertas pelo AMW em 2022. As vermelhas são as informadas pelo sistema Deter. / Reprodução/ Google Earth

O monitor AMW também revelou que as destruições estão cada vez mais próximas das aldeias. Essa é uma das justificativas para a crise de saúde que afetou a população local nos últimos anos.

Estevão Senra, Pesquisador do Instituto Socioambiental (ISA), confirma o avanço do garimpo para novas áreas nesse período, afirmando que, anteriormente, havia uma concentração maior no entorno do rio Uraricoera. Agora, a atividade está se espalhando para as regiões serranas, no sul do estado.

As aldeias nessa região têm populações menores, mas o número de comunidades é maior. E todas procuram se instalar perto de cursos d’água, algo que os garimpeiros também fazem. Isso é um risco para a população.

Estrevão Senra

Ações na região

Via: Uol