Desde que os primeiros satélites Starlink foram lançados, em 2019, a SpaceX já colocou mais de 3,6 mil deles em órbita baixa da Terra, com planos de chegar a 42 mil equipamentos, formando uma gigantesca megaconstelação para cobrir uma extensa rede de internet banda larga em todo o mundo. A China, no entanto, parece estar disposta a não deixar isso acontecer.
Resumo:
Pesquisadores chineses estão planejando lançar sua própria frota de satélites de internet banda larga, visando competir com o serviço oferecido pela SpaceX.
Embora a megaconstelação proposta não tenha data de lançamento definida, já se sabe que ela vai consistir em 12.992 satélites que não apenas teriam o propósito de fornecer sinal de internet banda larga, mas, também, seriam equipados com tecnologias para derrubar satélites Starlink.
De acordo com o site New Space, especializado em constelações de satélites comerciais, o China Satellite Network Group assumirá a propriedade sobre a constelação, que poderá ser chamada de Guo Wang, GW, China SatNet ou Rede de Satélites da China.
China quer impedir que a SpaceX “sobrecarregue” a órbita da Terra
Segundo Xu Can, pesquisador da Universidade de Engenharia Espacial do Exército de Libertação Popular (PLA) que lidera os estudos de implantação do sistema, a meta é que a rede GW seja implantada antes que a constelação da Starlink esteja concluída.
Um artigo que descreve a pesquisa, publicado este mês na revista Command and Control Simulation, diz que uma rápida implantação da constelação chinesa poderia impedir a SpaceX de “sobrecarregar” a órbita da Terra.
Os pesquisadores também se dizem preocupados que a SpaceX possa optar por armar sua constelação de satélites. Em razão dessa suspeita, além de fornecer serviços de internet, a frota de satélites proposta pela China poderia espionar seu rival e até mesmo desativar satélites Starlink.
“Os satélites Starlink podem usar sua manobrabilidade orbital para atingir e destruir ativamente alvos próximos no espaço”, disseram os pesquisadores ao South China Morning Post. Xu acrescentou que o esforço chinês “garantiria que o país tenha um lugar em órbita e impediria que a constelação Starlink antecipasse excessivamente os recursos da órbita baixa”.
Enquanto a China SatNet, a Starlink e a OneWeb, do Reino Unido, disputam o domínio da órbita baixa da Terra, astrônomos no mundo todo podem estar justificadamente preocupados com a quantidade de brilho que esses satélites podem causar, prejudicando as observações espaciais.
Fonte: Olhar Digital
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