Um fluxo de plasma solar chegou à Terra nos últimos dias, sobrecarregando a atmosfera com partículas do vento solar que desencadearam exibições de auroras em vastas porções do Reino Unido, região onde é extremamente rara a ocorrência desses eventos.
Diversos registros feitos nesta madrugada foram compartilhados nas redes sociais, e os meteorologistas preveem que mais exibições desse tipo estão a caminho, já que uma rajada que se originou em outra erupção solar é esperada para atingir nosso planeta nesta segunda-feira (27).
Uma das capturas mais impressionantes foi feita a bordo de uma aeronave que se aproximava do aeroporto de Heathrow, em Londres, vindo de Billund, Dinamarca.
“Vistas maravilhosas da aurora boreal ontem à noite no voo de Billund para Heathrow da British Airways”, publicou o passageiro Ben Applin. “Obrigado ao piloto que apagou as luzes para que pudéssemos capturar este momento! Consegui alguns lapsos de tempo e eles saíram ótimos”.
Pela primeira vez, o fotógrafo Evan Boyce, da Irlanda do Norte, experimentou uma noite de perseguição de auroras, produzindo resultados incríveis para uma caçada de estreia.
“Eu peguei uma câmera pela primeira vez durante o lockdown da Covid-19 e queria capturar a aurora desde então”, relatou Boyce ao site Space.com por e-mail. “É muito difícil viver na Irlanda do Norte, dado o quão longe ao sul estamos em comparação com onde a aurora normalmente pode ser vista”.
Ele acrescentou que todas as suas tentativas anteriores de capturar auroras foram arruinadas pelo tempo nublado. Na noite de domingo (26), Boyce dirigiu até uma praia entre as cidades de Bangor e Donaghadee, a uma curta distância de carro da capital Belfast. Lá, conseguiu registrar um misterioso brilho verde e vermelho sobre uma construção histórica, tendo como pano de fundo um céu repleto de estrelas.
“Eu mal posso acreditar o quão sortudo eu fui”, disse Boyce. “A julgar pela reação de outros fotógrafos locais, a força e as cores da noite passada foram um evento raro”.
O astrofotógrafo Stuart Atkinson, que vive no popular parque natural Lake District, no noroeste da Inglaterra, finalmente conseguiu capturar intensas luzes vermelhas após o que ele descreveu como uma “frustrante caça a auroras” sabotada pelo clima.
“Eu obtive as imagens ontem à noite de um lugar chamado Shap, provavelmente um dos locais mais altos da minha área e longe o suficiente mais ao norte de onde eu moro para me dar uma visão melhor da aurora do que eu teria em casa”, disse Atkinson. “As condições da noite passada foram muito pobres no início, quase nuvens totais, mas depois de uma hora ou mais uma grande lacuna apareceu e eu consegui algumas fotos”.
Relatos de avistamentos de auroras também vieram do Canadá e dos estados norte-americanos do Alasca, Ohio e Nova York.
De acordo com o serviço de meteorologista espacial do Reino Unido, Met Office, o espetáculo foi resultado da ejeção de massa coronal (CME), uma poderosa explosão de plasma solar de uma região ativa, ou mancha solar, que entrou em erupção do Sol na sexta-feira (24).
As cores visíveis nas exibições de auroras são causadas por reações particulares entre as partículas do vento solar e os compostos químicos presentes no ar. “Gases diferentes brilham de uma cor diferente”, disse Affelia Wibisono, astrônoma do Observatório Real de Greenwich. “O oxigênio brilha verde, e as cores azul e roxo são emitidas pelo nitrogênio. Se essas partículas carregadas recebidas são particularmente energéticas, então o oxigênio de alta altitude também pode emitir uma cor vermelha profunda e o nitrogênio pode brilhar rosa”.
Os caçadores de aurora estão de prontidão para esta noite, já que outra CME ainda mais poderosa está pronta para chegar. O Met Office prevê uma forte tempestade geomagnética G3, que além de produzir exibições de auroras mais impressionantes, também pode causar pequenos problemas aos operadores de satélites e redes elétricas em latitudes setentrionais.
Fonte: Olhar Digital
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