Nesta terça-feira (28), a Lua, que acabou de entrar em sua fase crescente, vai finalizar sua “turnê mensal” de fevereiro pelos planetas do Sistema Solar. Logo nas primeiras horas da madrugada, ela vai compartilhar a mesma ascensão reta com Marte, aparecendo bem próximo a ele no céu – um fenômeno conhecido como conjunção.
Do ponto de vista de um observador baseado em São Paulo, isso vai acontecer à 1h31 da manhã – ressaltando que todos os horários aqui mencionados têm como referência o fuso de Brasília.
Ao mesmo tempo, ocorre o chamado appulse, termo que se refere à separação mínima aparente entre dois corpos no céu, de acordo com o guia de astronomia Starwalk Space.
O que diferencia as duas expressões é que, embora o termo “conjunção” também seja utilizado popularmente para representar uma aproximação aparente entre dois corpos, tecnicamente, a conjunção astronômica só ocorre no momento em que os dois objetos compartilham a mesma ascensão reta (coordenada astronômica equivalente à longitude terrestre).
De acordo com o site In-The-Sky.org, a dupla estará visível a partir das 13h26, atingindo seu ponto mais alto no céu às 19h30, 30° acima do horizonte a norte. Eles ficarão inacessíveis a partir das 23h56. (Os horários variam um pouco conforme a sua localização).
Ainda segundo o guia astronômico, a Lua estará em magnitude de -12, enquanto Marte terá uma taxa de 0.4, ambos na constelação de Touro. Quanto mais brilhante um objeto parece, menor é o valor de sua magnitude (relação inversa). O Sol, por exemplo, que é o objeto mais brilhante do céu, tem magnitude aparente de -27.
Ocultação lunar, o “eclipse” do Planeta Vermelho
Observadores localizados em alguns pontos do extremo norte do globo vão poder testemunhar a ocultação lunar. Infelizmente, essa espécie de “eclipse” do planeta (quanto a Lua vai passar na frente dele, ocultando-o para os observadores na Terra) é um espectáculo reservado para um público restrito.
Ocultações lunares só são visíveis de uma pequena fração da superfície da Terra. Como a Lua está muito mais perto do nosso planeta do que outros objetos celestes, sua posição no céu difere dependendo da localização exata do observador na Terra devido à sua grande paralaxe (diferença na posição aparente de um objeto em relação a um plano de fundo, tal como visto por observadores em locais distintos ou por um observador em movimento).
A posição da Lua vista de dois pontos em lados opostos da Terra pode variar em até dois graus, ou quatro vezes o diâmetro da lua cheia. Isso significa que se a Lua estiver alinhada para passar na frente de um objeto específico para um observador posicionado em um lado da Terra, ela aparecerá até dois graus de distância desse objeto do outro lado do globo.
No mapa acima, contornos distintos mostram onde o desaparecimento de Marte é visível (em vermelho) e onde será possível testemunhar seu reaparecimento (em azul). As linhas sólidas exibem onde cada evento deverá ser visível através de binóculos a uma altitude razoável no céu. Os contornos pontilhados, por sua vez, indicam onde cada evento ocorre acima do horizonte, mas pode não ser visível devido ao céu estar muito claro ou a Lua muito perto do horizonte.
Fora dos contornos, a Lua não passa na frente de Marte em nenhum momento, ou está abaixo do horizonte durante a ocultação. No caso do Brasil, ambos os astros estarão visíveis no momento da ocultação, mas devido à paralaxe da Lua, Marte não será ocultado por ela para nossa observação.
O primeiro planeta a receber a “visita” da Lua este mês foi Mercúrio (18), seguido de Vênus e Júpiter (22), Urano (25) e, agora, Marte. Essa série de conjunções ocorre em razão de o nosso satélite natural orbitar a Terra aproximadamente no mesmo plano em que os planetas orbitam o Sol, chamado plano da eclíptica.
Fonte: Olhar Digital
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